A sociedade acredita, atualmente, na “igualdade” entre Homem e Mulher.
Ambos têm as mesmas competências, atitudes, sentimentos e aptidões. No entanto, o que se tem vindo a provar é que, no que diz respeito ao modo como comunicam, eles são “completamente” diferentes. Em vários contextos e de várias formas se nota que o homem e a mulher não, ou nem sempre, interpretam a linguagem do mesmo modo. Efetivamente, mesmo quando não parece haver lugar para qualquer mal-entendido, o homem e a mulher podem interpretar a mesma conversação de forma díspar.
As origens das diferenças de género dos estilos em interação remontam aos primórdios da história humana, tendo em conta os diferentes papéis do homem e da mulher no que concerne ao acompanhamento das crianças. Estes papéis constitutem as tradicionais funções ocidentais de género, que relegam a mulher para o reino doméstico e o homem para os negócios e o mundo exterior. Embora estes papéis estejam a mudar na nossa sociedade, a verdade é que as normas sociais e as normas de interação que lhe estavam associadas ainda se mantêm e impedem a mudança. De facto, na sociedade ocidental ainda permanecem valores patriarcais, em que o homem surge como o sexo dominante e superior. Neste contexto, podemos também dizer que estamos perante um ciclo vicioso, na medida em que a linguagem é a maior influência no que e no como as crianças aprendem sobre o género. Por outro lado, o género é a maior influência no modo como as crianças usam a linguagem no dia-a-dia.
Na generalidade, as pessoas têm estilos conversacionais distintos, mas estes acentuam-se quando, em interação, se distingue um homem e uma mulher. A ideia de que homens e mulheres têm caraterísticas conversacionais diferentes é uma ideia já bastante difundida no senso comum. No entanto, pouco se tem publicado sobre o assunto, talvez, como considera Deborah Tannen, porque este campo de estudo é demasiado controverso. Com efeito, o desejo de afirmar que mulher e homem são iguais fez com que muitos investigadores se mostrassem relutantes em explorar o tema, uma vez que as dissemelhanças podiam ser usadas para justificar tratamento e oportunidades diversos.
O Género No Discurso De Opinião Na Imprensa Portuguesa
- Comunicação
- 7 Visualizações
- Nenhum Comentário
Link Quebrado?
Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.