Ao longo de toda a existência humana, refletimos sobre as questões fundamentais da vida, da morte, da natureza e de nossos relacionamentos. Surpreendentemente, em todo o globo terrestre e durante um espaço de tempo extremamente longo, nossas respostas para essas indagações têm sido idênticas: a criação de mitos.
De vastas civilizações a sociedades locais no mundo inteiro, todas criaram um rico catálogo de divindades, monstros e mitos que narram a história de nossas origens, triunfos e desastres, agindo como ferramentas criativas para comunicar as mais importantes lições de vida.
A maioria das religiões e mitologias tem características chave que apontam para algumas das perguntas mais básicas que nos temos feito desde o começo de nosso desenvolvimento como espécie civilizada: preocupações com a mortalidade, o nascimento, a astrologia e a natureza como um todo. Muitas vezes nos voltamos para a natureza como fonte de inspiração para histórias que expliquem o inexplicável, criando divindades a partir do sol, da lua, dos rios, do mar e das montanhas. Ao tentar extrair sentido do irrespondível, temos a tendência a nos subordinarmos a um poder maior, muito acima da nossa compreensão.
A maior parte das teologias tenta aplacar esses deuses e heróis de nossa própria criação por meio de sacrifícios, música, dança, orações e cerimônias. Através dessas atividades, proporcionamo-nos um modo de compreender e adquirir controle sobre questões extremamente importantes — e imprevisíveis — como a saúde e a morte, a colheita anual ou as marés. Esses rituais dão a cada sociedade um conjunto de tradições que ajuda a forjar uma identidade coletiva e o sentimento de pertencer àquela terra.
Cientistas cognitivos compararam a experiência do divino que derivamos da oração em grupo à onda de emoção que sentimos em um grande evento esportivo. Vibramos com o senso de unidade e coesão social que experimentamos com a cerimônia comunitária, o coro unido em oração ou o canto unificador em um estádio de futebol — e os mitos nos dão razão para criar esses rituais compartilhados.
E se não temos histórias, lendas e religião sobre os quais basearmos nossos rituais, o que nos resta? A vida do ateu é pontuada de casamentos, enterros e batizados destituídos do senso de ocasião criado pelos cheiros, sinos e o alvoroço generalizado de uma antiga cerimônia religiosa fundada na tradição e rica em lições alegóricas e histórias tão grandiosas e antigas quanto o próprio universo.
A História Da Mitologia Para Quem Tem Pressa
- Ciências Sociais, História
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