Feminino E Sagrado

Das muitas possibilidades de compreensão dos substantivos sagrado e feminino, e das possíveis pontes de intercessão entre eles, quero chamar atenção para a pluralidade de cores e matizes hermenêuticas que tornam difícil, se não impossível, que a conceituação precisa e inequívoca recaia sobre esse binômio singular.

Em tempos em que, por um lado, complexificam-se as designações de gênero e, por outro lado, problematiza-se o conceito de sagrado – que precisa ser circunscrito a essa ou aquela percepção teórica – não é óbvio do que se trata um livro sobre feminino e sagrado.

Mas tal dificuldade é minimizada quando folheamos as páginas dessa publicação e constatamos que uma certa unidade se impõe à aparente fluidez desses treze ensaios que se debruçam sobre o feliz binômio, perscrutando as possibilidades de interação, influência e confluência entre esse irromper do Completamente Outro – na esteira da compreensão de Rudolf Otto do sagrado, autor que frequenta amiúde os diversos textos aqui presentes – e a sua recepção/percepção/reflexão por um eu que se diz no feminino.

Os textos que ora se dispõem à fruição do leitor curioso tem em comum o foco em personagens femininas – históricas ou ficcionais – em embate com um sagrado, no mais das vezes de tradição judaico-cristã, que irrompe de forma tempestuosa e se impõe como força que a si tudo conclama e seduz.

São textos como o de Ana Rachel G. C. de Vasconcelos, que escreve sobre a espiritualidade mística da também medieval Catarina Benincasa de Siena, que exerceu importante papel político no medievo. Ainda os textos de Luiza Benício Pereira e Maria Simone Marinho Nogueira, de Luana Micaelhy da Silva Morais, de Jaqueline Vieira de Lima, de Erica Dayana Monteiro Cavalcante e de Jéssica da Silva Nascimento e Reginaldo Oliveira Silva, que abordam diferentes facetas da vida e obra da filósofa e mística Simone Weil.

Outra filósofa abordada, no artigo de Solange Alves de Almeida, é Etty Hillesum, onde, por meio da análise dos Diários da autora, é enfatizada a força combativa que a escrita de si possui, e o papel de resistência que tal escrita assumiu na vida de Etty Hillesum, no contexto terrível da Segunda Guerra Mundial e do nazismo.

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Das muitas possibilidades de compreensão dos substantivos sagrado e feminino, e das possíveis pontes de intercessão entre eles, quero chamar atenção para a pluralidade de cores e matizes hermenêuticas que tornam difícil, se não impossível, que a conceituação precisa e inequívoca recaia sobre esse binômio singular.

Em tempos em que, por um lado, complexificam-se as designações de gênero e, por outro lado, problematiza-se o conceito de sagrado – que precisa ser circunscrito a essa ou aquela percepção teórica – não é óbvio do que se trata um livro sobre feminino e sagrado.

Mas tal dificuldade é minimizada quando folheamos as páginas dessa publicação e constatamos que uma certa unidade se impõe à aparente fluidez desses treze ensaios que se debruçam sobre o feliz binômio, perscrutando as possibilidades de interação, influência e confluência entre esse irromper do Completamente Outro – na esteira da compreensão de Rudolf Otto do sagrado, autor que frequenta amiúde os diversos textos aqui presentes – e a sua recepção/percepção/reflexão por um eu que se diz no feminino.

Os textos que ora se dispõem à fruição do leitor curioso tem em comum o foco em personagens femininas – históricas ou ficcionais – em embate com um sagrado, no mais das vezes de tradição judaico-cristã, que irrompe de forma tempestuosa e se impõe como força que a si tudo conclama e seduz.

São textos como o de Ana Rachel G. C. de Vasconcelos, que escreve sobre a espiritualidade mística da também medieval Catarina Benincasa de Siena, que exerceu importante papel político no medievo. Ainda os textos de Luiza Benício Pereira e Maria Simone Marinho Nogueira, de Luana Micaelhy da Silva Morais, de Jaqueline Vieira de Lima, de Erica Dayana Monteiro Cavalcante e de Jéssica da Silva Nascimento e Reginaldo Oliveira Silva, que abordam diferentes facetas da vida e obra da filósofa e mística Simone Weil.

Outra filósofa abordada, no artigo de Solange Alves de Almeida, é Etty Hillesum, onde, por meio da análise dos Diários da autora, é enfatizada a força combativa que a escrita de si possui, e o papel de resistência que tal escrita assumiu na vida de Etty Hillesum, no contexto terrível da Segunda Guerra Mundial e do nazismo.

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