
Maria Nazareth Bis Pirola & Rafael Paes Henriques (Orgs.) – Comunicação E Produção De Sentido
Comunicar é convocar e recolocar em circulação sentidos e significados partilhados sobre o mundo em que vivemos. A comunicação, como indica a própria etimologia da palavra, é, desse modo, o lugar em que se constrói o comum; é o território simbólico em que se produz representações e identidades, onde acordos e desacordos sobre a determinação da realidade são pactuados.
Para sermos rigorosos, a comunicação, antes disso, é justamente onde se decide o que merece, ou não, ser visto, sendo também o território em que se disputam as formas desse perceber: quais aspectos merecem destaque, quais são secundários, e quais nem ao menos devem ganhar direito à existência.
Sendo assim, a pesquisa sobre comunicação e produção de sentido se revela um campo muito fértil, visto que pode exatamente explicitar aquilo que é decisivo. Por um lado, pode indicar as intencionalidades, estratégias e mecanismos de produção de significados, nos mais diversos produtos ligados ao jornalismo, à publicidade, ao audiovisual ou às mídias digitais; e por outro lado, esse tipo de investigação também é capaz de identificar as filiações de certas escolhas, ou seja, as origens ideológicas, que são condição de possibilidade para qualquer que seja a apreensão e compreensão da realidade.
Mesmo que seja possível atribuir diversos sentidos a um mesmo fenômeno, a seleção, e, consequentemente, as exclusões que são realizadas, a cada operação de significação, provocam as suas consequências, que também devem ser esclarecidas pelas pesquisas dessa natureza.
Esta obra reúne investigações que procuraram justamente dar conta de estabelecer a relação entre a comunicação e a produção de sentido, tanto nos seus aspectos teórico-conceituais, quanto também na análise dos mais variados produtos midiáticos.
A primeira parte da coletânea traz quatro capítulos sobre jornalismo e produção de sentido. Na segunda parte da coletânea, a produção de sentido é discutida a partir das temáticas do consumo e das marcas. A terceira e última parte, traz a produção de sentido em diálogo com o audiovisual, com a cibercultura e com as mídias interativas.