As Ciências Ambientais possuem enormes desafios. Um dos principais é a consolidação nos espaços sociopolíticos nos quais estão diretamente relacionadas. Saber dizer as coisas de mundo, sem a ansiedade de descreve-las aos limites dos próprios olhos.
A pesquisa indissociada do veio crítico-formativo se apresenta necessária, irrequieta, ousada e com a riqueza heurística ímpar: produzir-se junto às problemáticas complexas relativas à relação homem-natureza-espaço-tecnologias e suas facetas de multiplicidade e contradições. E é um produzir-se intensivo.
Um caminhar inédito pelas sendas de cada escolha. Caminhar vívido. Sem muito o que repetir da cansativa ladainha teórico-metodológica a petrificar a vida em suas dinâmicas e movimentos. Por isso, é instigante habitar em tal produzir-se: ecologia de corpos, mentes, espíritos num onde-quando oportuno.
Em vida, não nos importa a separação entre homem, natureza e sociedade. Recusamos a pensar sem o caldo temperado de nossas ações. É como dizia, antes: com Hermes fazendo Torre de Babel. Não são as línguas diversas que falamos que dificultam e afastam. Elas nos aproximam.
Por vários pontos de convergência: dialogar com a diferença, aproximar-se de outra glossa, sair do espaço cômodo da figura protetora de nosso método mais conhecido, romper com o medo e criar um outro em nós.
Tessituras De Ariadne Nos Caminhos Da Pesquisa em Ciências Ambientais é um convite a esse tipo de contato. Racionalidades distintas. Uma sensibilidade exposta sem o Véu de Maia. Mas é, ainda, opacidade e titubeio. É que não estamos completos e nem prometemos estar um dia. Apenas convidamos a todos para que possam se aproximar de cada tom. Talvez fazer música. Compor vestimentas. Fazer arranjos.
Seja como for, é uma porção expressiva de nossos esforços intelectuais, sensíveis à vida que nos rodeia, ao método que saboreamos e à formação na qual nos movemos, aprendendo, pulsando e vibrando nos sentidos mais diversos. Um deles é apenas caminhar. Fazer paragem e seguir, sempre no diálogo entre todos.