Residências Terapêuticas: Pesquisa E Prática Nos Processos De Desinstitucionalização

Cabe discorrer sobre a pretensão(?) de se pensar em moradias para os sofredores psíquicos, para isso, faremos uma viagem nos caminhos e descaminhos percorridos pela loucura,

para que possamos desnaturalizar as concepções e refletir acerca das práticas que são realizadas atualmente na assistência às pessoas em sofrimento mental.
Tal ideia pauta-se na revelação de que tanto a loucura quanto os modos de responder a ela emergem de determinados contextos sociais, ou seja, a loucura é um fenômeno social e possui as marcas da sociedade em que fora criada, sendo pensada como bênção divina (Antiga Grécia), possessão demoníaca (Idade Média), até ser apreendida, no final do Século XVIII, como objeto da psiquiatria, isto é, como doença mental, dando início à época, que ficou conhecida, como período das grandes internações manicômiais, onde os hospitais psiquiátricos e asilos tinham a função de retirar, das ruas, aqueles sujeitos que trouxessem desordem social, ou seja, mendigos, prostitutas, vagabundos e "loucos" que, após serem segregados, eram submetidos a tratamentos desumanos, como eletrochoque, insulinoterapia,  lobotomia e torturas,  sendo esses ditos para a cura.
Então, o que predominou foi a compreensão da doença mental como o desvio das normas sociais, que quebra os padrões vigentes de comportamento sociável, razão pela qual o sujeito é rotulado como doente "louco", com o enfoque predominante  da periculosidade social, da insanidade, da incapacidade para o trabalho, ou seja, os "loucos" eram (são?) considerados um impasse ao desenvolvimento econômico das cidades.
Com  o  surgimento  às  instituições  asilares, no  período  das grandes internações psiquiátricas, a medicina, através da figura do psiquiatra, assume um papel de anti-herói, onde, tendo como pano de fundo o discurso terapêutico, exerce sua principal tarefa: a de controle social-gessado.
Gessado sim, pois, como resultado de sua prática, cria-se o rótulo de doente mental, onde os sujeitos que são batizados com ele, deixam de fazer parte de uma classe social e econômica e assumem, de forma vitalícia, o "título de louco", de modo que, mesmo após anos e anos de tratamento no hospital psiquiátrico, entende-se que não há retorno à normalidade.

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