Trabalho Remunerado E Trabalho Doméstico No Cotidiano Das Mulheres

Uma jornada que não termina, regulada por obrigações inescapáveis, mulheres divididas entre a aspereza do cotidiano onde os serviços da casa e o serviço de fora disputam sua dedicação e o anseio por tempo livre.

Esta é a imagem forte que transmitem os resultados da pesquisa Trabalho remunerado e trabalho doméstico - uma tensão permanente, realizada em 2012 pelo Instituto Data Popular, SOS Corpo e Instituto Patrícia Galvão para conhecer o cotidiano das mulheres brasileiras.
Os achados da pesquisa, por um lado, reiteram e evidenciam dados amplamente conhecidos sobre a injusta distribuição das tarefas domésticas entre os sexos, mas, por outro, sinalizam indícios de mudança na percepção das mulheres sobre suas atribuições. De um lado, dados de realidade; de outro, aspirações.
Num mundo em rápida mudança, surpreende que os afazeres domésticos continuem sendo assunto exclusivamente de mulheres.
No Brasil da última década, ocorreram mudanças radicais no estatuto social das mulheres. Maior nível de escolaridade, aumento expressivo da participação na força de trabalho, queda da natalidade e mais acesso à independência econômica e jurídica configuram esse novo quadro. Mais instruídas, as brasileiras vêm aumentando de forma significativa e constante sua participação no mercado de trabalho; nesta década, ocorreu um incremento de 24% na atividade feminina. O perfil da trabalhadora também mudou, a maioria é casada e tem filhos. A maternidade não afasta mais as mulheres do trabalho, continuam ativas na fase reprodutiva, o que não ocorria anteriormente.
Caminho sem volta, as mulheres já são 44% da população economicamente ativa e 91% das entrevistadas considera que o trabalho remunerado é fundamental em sua vida. A família, não escapou desta vaga de mudanças, tende a desaparecer o arranjo familiar que atribui prover o sustento da casa exclusivamente ao homem.
Os resultados da pesquisa permitem descortinar aspectos menosprezados do cotidiano doméstico. Aí reside seu grande interesse. Segundo Maria Angeles Duran, possuímos informações mais atualizadas sobre o processo de trabalho na indústria automobilística, nas plataformas de petróleo ou sobre as toneladas de carvão extraídas num dado período de tempo do que sobre o esforço e tempo necessários para manter em condições de funcionamento normal, ou seja, de bem estar médio, a vida dentro dos lares.

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Uma jornada que não termina, regulada por obrigações inescapáveis, mulheres divididas entre a aspereza do cotidiano onde os serviços da casa e o serviço de fora disputam sua dedicação e o anseio por tempo livre. Esta é a imagem forte que transmitem os resultados da pesquisa Trabalho remunerado e trabalho doméstico – uma tensão permanente, realizada em 2012 pelo Instituto Data Popular, SOS Corpo e Instituto Patrícia Galvão para conhecer o cotidiano das mulheres brasileiras.
Os achados da pesquisa, por um lado, reiteram e evidenciam dados amplamente conhecidos sobre a injusta distribuição das tarefas domésticas entre os sexos, mas, por outro, sinalizam indícios de mudança na percepção das mulheres sobre suas atribuições. De um lado, dados de realidade; de outro, aspirações.
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No Brasil da última década, ocorreram mudanças radicais no estatuto social das mulheres. Maior nível de escolaridade, aumento expressivo da participação na força de trabalho, queda da natalidade e mais acesso à independência econômica e jurídica configuram esse novo quadro. Mais instruídas, as brasileiras vêm aumentando de forma significativa e constante sua participação no mercado de trabalho; nesta década, ocorreu um incremento de 24% na atividade feminina. O perfil da trabalhadora também mudou, a maioria é casada e tem filhos. A maternidade não afasta mais as mulheres do trabalho, continuam ativas na fase reprodutiva, o que não ocorria anteriormente.
Caminho sem volta, as mulheres já são 44% da população economicamente ativa e 91% das entrevistadas considera que o trabalho remunerado é fundamental em sua vida. A família, não escapou desta vaga de mudanças, tende a desaparecer o arranjo familiar que atribui prover o sustento da casa exclusivamente ao homem.
Os resultados da pesquisa permitem descortinar aspectos menosprezados do cotidiano doméstico. Aí reside seu grande interesse. Segundo Maria Angeles Duran, possuímos informações mais atualizadas sobre o processo de trabalho na indústria automobilística, nas plataformas de petróleo ou sobre as toneladas de carvão extraídas num dado período de tempo do que sobre o esforço e tempo necessários para manter em condições de funcionamento normal, ou seja, de bem estar médio, a vida dentro dos lares.

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