Áfricas E Diásporas Na Literatura Infanto-Juvenil No Brasil E Em Moçambique

Áfricas E Diásporas Na Literatura Infanto-Juvenil No Brasil E Em Moçambique apresenta a análise de três livros literários infanto-juvenis.

Em Áfricas E Diásporas Na Literatura Infanto-Juvenil No Brasil E Em Moçambique, Maria Anória de Jesus Oliveira fala dos estudos linguísticos da literatura produzida nos países de língua portuguesa que fizeram parte da diáspora africana, uma consequência do processo de escravização que durante três séculos levou pessoas de várias origens na África para os países coloniais, no caso o Brasil sendo o centro da análise.

Áfricas E Diásporas Na Literatura Infanto-Juvenil No Brasil E Em Moçambique apresenta a análise de três livros literários infanto-juvenis, sendo dois de autores brasileiros: Ogum, O Rei De Muitas Faces E Outras Histórias De Orixá, de Chaib e Rodrigues, O Espelho Dourado, de Heloisa P. Lima e Mbila E O Coelho, editado em Moçambique de autoria de Rogério Manjate.

No texto, as relações entre os Orixás, protagonizados por meio de Ogum, naturalizam as presenças ancestrais no cotidiano sociocultural brasileiro,
ainda que de forma questionável em algumas passagens, como bem observa Oliveira.

De qualquer forma, as lacunas observadas não comprometem o mérito de Ogum, O Rei De Muitas Faces E Outras Histórias De Orixá disponibilizar a cosmogonia Yorubá e sua mitologia dos Orixás aos olhos dos(as) pequenos(as) leitores(as), ainda condicionados pela hegemonia paradigmática das representações ficcionais eurocêntricas.

Nos termos de Maria Anória Oliveira, “falar de orixás implica, necessariamente, entender que sua origem remonta aos antepassados de origem africana, sendo a base primordial resultante das forças da natureza”.

A leitura crítica da segunda história destaca seu potencial ficcional para conduzir o leitor ao universo étnico de Gana. A afirmação da força da cosmogonia Achanti dá-se ao longo das articulações processadas pelas personagens, em especial a princesa Nyame.

Esta, como metonímia dos processos vivenciados pelo povo Achanti desde a origem do Rio Níger, em O Espelho Dourado, entrelaça-se às outras narrativas dos sujeitos da antiga era áurea de Gana.

A terceira obra analisada, por sua vez, remonta à tradição moçambicana das histórias do coelho, principalmente junto ao povo Sena, como registram as pesquisas de Rosário sobre as narrativas orais africanas.

O coelho, e também o macaco na tradição de outros povos Bantu, revela sua astúcia e sabedoria para a condução das relações sociais, como é possível perceber na tensa trajetória da personagem Mbila em suas múltiplas expressões de subjetividades.

Todavia, Maria Anória Oliveira ressalta que, na edição brasileira, dá-se “uma espécie de embranquecimento de Mbila”, certamente por força do intenso imaginário “brancocêntrico” nacional, que insiste em hierarquizar sujeitos e subalternizar os referentes negros no bojo das relações étnico-raciais no país, ao contrário das representações presentes no texto original, resultantes do imaginário local, em que se encontram naturalizadas as ontologias negras, em suas inúmeras formas de expressão estética.

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Em Áfricas E Diásporas Na Literatura Infanto-Juvenil No Brasil E Em Moçambique, Maria Anória de Jesus Oliveira fala dos estudos linguísticos da literatura produzida nos países de língua portuguesa que fizeram parte da diáspora africana, uma consequência do processo de escravização que durante três séculos levou pessoas de várias origens na África para os países coloniais, no caso o Brasil sendo o centro da análise.

Áfricas E Diásporas Na Literatura Infanto-Juvenil No Brasil E Em Moçambique apresenta a análise de três livros literários infanto-juvenis, sendo dois de autores brasileiros: Ogum, O Rei De Muitas Faces E Outras Histórias De Orixá, de Chaib e Rodrigues, O Espelho Dourado, de Heloisa P. Lima e Mbila E O Coelho, editado em Moçambique de autoria de Rogério Manjate.

No texto, as relações entre os Orixás, protagonizados por meio de Ogum, naturalizam as presenças ancestrais no cotidiano sociocultural brasileiro,
ainda que de forma questionável em algumas passagens, como bem observa Oliveira.

De qualquer forma, as lacunas observadas não comprometem o mérito de Ogum, O Rei De Muitas Faces E Outras Histórias De Orixá disponibilizar a cosmogonia Yorubá e sua mitologia dos Orixás aos olhos dos(as) pequenos(as) leitores(as), ainda condicionados pela hegemonia paradigmática das representações ficcionais eurocêntricas.

Nos termos de Maria Anória Oliveira, “falar de orixás implica, necessariamente, entender que sua origem remonta aos antepassados de origem africana, sendo a base primordial resultante das forças da natureza”.

A leitura crítica da segunda história destaca seu potencial ficcional para conduzir o leitor ao universo étnico de Gana. A afirmação da força da cosmogonia Achanti dá-se ao longo das articulações processadas pelas personagens, em especial a princesa Nyame.

Esta, como metonímia dos processos vivenciados pelo povo Achanti desde a origem do Rio Níger, em O Espelho Dourado, entrelaça-se às outras narrativas dos sujeitos da antiga era áurea de Gana.

A terceira obra analisada, por sua vez, remonta à tradição moçambicana das histórias do coelho, principalmente junto ao povo Sena, como registram as pesquisas de Rosário sobre as narrativas orais africanas.

O coelho, e também o macaco na tradição de outros povos Bantu, revela sua astúcia e sabedoria para a condução das relações sociais, como é possível perceber na tensa trajetória da personagem Mbila em suas múltiplas expressões de subjetividades.

Todavia, Maria Anória Oliveira ressalta que, na edição brasileira, dá-se “uma espécie de embranquecimento de Mbila”, certamente por força do intenso imaginário “brancocêntrico” nacional, que insiste em hierarquizar sujeitos e subalternizar os referentes negros no bojo das relações étnico-raciais no país, ao contrário das representações presentes no texto original, resultantes do imaginário local, em que se encontram naturalizadas as ontologias negras, em suas inúmeras formas de expressão estética.

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