Ka’a: Arte E Natureza

Em Ka’a foi possível observar a validade desse pensamento que ainda subjaz ao amplo espectro de práticas artísticas definidas pelo meio ambiente.

A capital do Rio Grande do Sul dispõe de qualidade singular entre as capitais brasileiras, a presença de zona rural na área metropolitana. E além disso, possui terras indígenas demarcadas nesse mesmo perímetro. Esse duplo atributo fez com que decidíssemos discutir, refletir e repensar as complexas relações do binômio Arte e Natureza a partir desse lugar.

O contexto do Instituto Yvy Maraey, situado na zona rural e vizinho à terra indígena Cantagalo, como também a própria etimologia de seu nome – que, como explica Ailton Krenak, integra a cosmovisão guarani e trata-se de um lugar que é um espelho da Terra, mas sem todos os seus defeitos, ou simplesmente “a terra sem males” – deflagraram uma das ideias centrais do programa, que foi a de compartilhar a compreensão de interdependência ancestral entre humanidade e meio ambiente presente nessa cosmologia.

Ka’a, do guarani, mato, planta, derivação da expressão, Ka’a-Iya, que na mitologia guarani significa o lugar onde se encontra a riqueza, no sentido de abundância de recursos naturais; e no guarani contemporâneo é compreendida também como quem preserva a natureza.

A esse campo de referências cruzadas, relacionadas tanto à cosmovisão guarani quanto ao contexto do Instituto Yvy Maraey, devemos acrescentar o desejo de se promover práticas artísticas que destacam a presença da natureza e que são capazes de nos deixar mais conscientes deste nosso novo lugar – com a natureza, como a natureza, somos natureza! A natureza como plataforma existencial em que os artistas nos fizessem mergulhar nas contradições desse deslocamento tão necessário no campo da arte.

Em Ka’a foi possível observar a validade desse pensamento que ainda subjaz ao amplo espectro de práticas artísticas definidas pelo meio ambiente. Entretanto nossos residentes adicionaram uma variedade de camadas conceituais que escapam ao limitado binarismo proposto pela teórica Boetzkes.

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O contexto do Instituto Yvy Maraey, situado na zona rural e vizinho à terra indígena Cantagalo, como também a própria etimologia de seu nome – que, como explica Ailton Krenak, integra a cosmovisão guarani e trata-se de um lugar que é um espelho da Terra, mas sem todos os seus defeitos, ou simplesmente “a terra sem males” – deflagraram uma das ideias centrais do programa, que foi a de compartilhar a compreensão de interdependência ancestral entre humanidade e meio ambiente presente nessa cosmologia.

Ka’a, do guarani, mato, planta, derivação da expressão, Ka’a-Iya, que na mitologia guarani significa o lugar onde se encontra a riqueza, no sentido de abundância de recursos naturais; e no guarani contemporâneo é compreendida também como quem preserva a natureza.

A esse campo de referências cruzadas, relacionadas tanto à cosmovisão guarani quanto ao contexto do Instituto Yvy Maraey, devemos acrescentar o desejo de se promover práticas artísticas que destacam a presença da natureza e que são capazes de nos deixar mais conscientes deste nosso novo lugar – com a natureza, como a natureza, somos natureza! A natureza como plataforma existencial em que os artistas nos fizessem mergulhar nas contradições desse deslocamento tão necessário no campo da arte.

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