É corrente afirmar-se que, antes da chamada Modernidade, não há registro de mulheres na construção do pensamento erudito.
Que, se tomarmos como exemplo a Filosofia e a Teologia, as quais foram as duas áreas do conhecimento que mais produziram intelectuais durante a Idade Média, não encontraremos a presença das mulheres intelectuais nesse período.
Realmente, se nos basearmos em alguns dados empíricos, como, por exemplo, os Manuais ou Compêndios de Filosofia (comumente chamados de História da Filosofia), pelo menos na sua grande maioria, não aparece nenhuma mulher na lista dos chamados Filósofos. Também nos Manuais de Teologia há uma ausência total das mulheres.
E, mesmo na Modernidade/Contemporaneidade, em que as mulheres conquistaram elevado espaço nas mais variadas áreas do fazer teórico e prático, em determinadas áreas do conhecimento ainda coloca-se sob suspeita a atribuição de certos títulos ou estatutos científicos a mulheres.
Por exemplo, os autores dos Manuais de História da Filosofia ainda não se sentem confortáveis em classificar e apresentar como “Filósofas” certas mulheres que se apresentam como tais.
É o caso, por exemplo, das nossas contemporâneas Rosa de Luxemburgo, Edith Stein, Hannah Arendt, Simone de Beauvoir e Simone Weil, dentre outras, que ainda não aparecem como “Filósofas” nos Manuais de Filosofia.
Entretanto, apesar de todas as evidências, se vasculharmos a construção do Pensamento Ocidental veremos que as mulheres sempre estiveram presentes, contribuindo indireta ou diretamente, seja como sujeito passivo ou ativo desta história.
E até é possível identificar a presença de algumas delas já nos tempos remotos, na Filosofia Clássica Antiga, por exemplo, passando pela Antiguidade Tardia, pela Patrística (ou Alta Idade Média), pela Escolástica (ou Baixa Idade Média), até alcançarmos o Renascimento.
Dentro desse maravilhoso universo feminino, elencaremos aqui, até onde os registros nos permitiram, os nomes de algumas Pensadoras de destaque.