Representações Do Senado Romano Na Ab Urbe Condita Libri De Tito Lívio

As considerações de Michel de Certeau quanto à “escrita da história conferir sentidos arbitrários ao passado” amparam o presente livro, que gira em torno de uma leitura contextualizada da Ab Urbe Condita Libri (desde o início da cidade livre), obra de Tito Lívio, historiador do final do século I a. C..

As palavras do estudioso não somente evidenciam uma conscientização por parte dos pesquisadores modernos quanto às suas próprias construções, como também destacam a predisposição de qualquer narrador do passado a esse tipo de empreendimento, na medida em que “todo acontecimento histórico conhecido resulta de uma práxis que é ela mesma um signo de um ato de afirmação que dá sentido ao real, no processo de sua formulação”.
Pensar, portanto, nos textos históricos, a partir desse olhar interpretativo, significa considerar, além dos eventos pregressos relatados, as reconstruções do passado no momento da escrita da história. O que empreendemos, portanto, é a análise de uma obra dessa natureza por seu valor historiográfico, considerando-se que os fatos passam, obrigatoriamente, pela subjetividade do autor, mesmo que haja uma tentativa de relatar o passado com neutralidade.
Por sua vez, as concepções de Bronislaw Baczcko e Roger Chartier referentes às representações enquanto crenças, concepções e normas de conduta inscritas em artefatos culturais estão em consonância com esse viés de leitura, ainda mais se considerarmos as transformações em curso no momento da constituição dos mesmos. Afinal, se qualquer relato histórico é elaborado mediante concepções subjetivas sobre o passado, ou seja, sob a interpretação do autor, tal como sugerido por Certeau, estamos diante de representações vinculadas a sua respectiva conjuntura.
Nesse ponto, devemos levar em conta as importantes contribuições de Gilvan Ventura da Silva a respeito de as ideologias não se constituírem somente como “falsas interpretações da realidade, mas também como imagens esquemáticas da ordem social, responsáveis por manter ou difundir determinado padrão de comportamento frente a novos acontecimentos que irrompem com o instituído”.

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As considerações de Michel de Certeau quanto à “escrita da história conferir sentidos arbitrários ao passado” amparam o presente livro, que gira em torno de uma leitura contextualizada da Ab Urbe Condita Libri (desde o início da cidade livre), obra de Tito Lívio, historiador do final do século I a. C.. As palavras do estudioso não somente evidenciam uma conscientização por parte dos pesquisadores modernos quanto às suas próprias construções, como também destacam a predisposição de qualquer narrador do passado a esse tipo de empreendimento, na medida em que “todo acontecimento histórico conhecido resulta de uma práxis que é ela mesma um signo de um ato de afirmação que dá sentido ao real, no processo de sua formulação”.
Pensar, portanto, nos textos históricos, a partir desse olhar interpretativo, significa considerar, além dos eventos pregressos relatados, as reconstruções do passado no momento da escrita da história. O que empreendemos, portanto, é a análise de uma obra dessa natureza por seu valor historiográfico, considerando-se que os fatos passam, obrigatoriamente, pela subjetividade do autor, mesmo que haja uma tentativa de relatar o passado com neutralidade.
Por sua vez, as concepções de Bronislaw Baczcko e Roger Chartier referentes às representações enquanto crenças, concepções e normas de conduta inscritas em artefatos culturais estão em consonância com esse viés de leitura, ainda mais se considerarmos as transformações em curso no momento da constituição dos mesmos. Afinal, se qualquer relato histórico é elaborado mediante concepções subjetivas sobre o passado, ou seja, sob a interpretação do autor, tal como sugerido por Certeau, estamos diante de representações vinculadas a sua respectiva conjuntura.
Nesse ponto, devemos levar em conta as importantes contribuições de Gilvan Ventura da Silva a respeito de as ideologias não se constituírem somente como “falsas interpretações da realidade, mas também como imagens esquemáticas da ordem social, responsáveis por manter ou difundir determinado padrão de comportamento frente a novos acontecimentos que irrompem com o instituído”.

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