Novos Ventos Baianos

Novos Ventos Baianos - O pensamento de esquerda ganhou corpo no cotidiano dos brasileiros a partir do período de redemocratização. Não mais pelo medo, mas através da esperança de que as desigualdades deste país podem ser resolvidas. Com isso, se assumir de esquerda não é mais motivo de receio do vizinho ou mesmo dos familiares, ao contrário, em muitos setores da sociedade a esquerda construiu uma legitimidade sólida.


As bases da esquerda estão conectadas a respostas visíveis nas condições econômicas e culturais da sociedade. Existem alguns reflexos concretos da chegada desse grupo aos instrumentos de poder no país: ampliação da cidadania, rigor sob a classe política, descriminalização dos movimentos sociais organizados e freio das privatizações.
Essas conquistas não podem retroceder, ao contrário, devem ser somadas numa caminhada constantemente árdua e por vezes lenta, mas que se acelera em processos políticos como o narrado em Novos Ventos Baianos.
Se por um lado não atingimos o direito de votar na campanha das Diretas-Já! em 1984 e perdemos os pleitos presidenciais em 89, 94 e 98, no geral fomos crescendo em cada família de trabalhadores, seja no campo ou na cidade. Até alcançar nosso grande trunfo eleitoral em 2002, a eleição de Lula à Presidência da República. Um migrante da seca nordestina que virou operário e líder sindical em São Paulo.
Já no governo federal continuamos a deparar com os altos e baixos.
A busca da governabilidade levou diversos setores da esquerda a ceder na política econômica, nos debates sobre reformas essenciais ao país, como a agrária e trabalhista, e culminou com a crise no parlamento, com sequelas no Executivo e no maior partido de esquerda do país e da América Latina, o PT.
Mesmo fragilizados, muitos setores da esquerda mantiveram a cabeça erguida para o horizonte de transformações almejadas. Afinal, naquele momento era preciso conter a fúria dos conservadores. E compreendemos que não bastava manter Lula no Palácio do Planalto, era necessário diminuir o poder secular, oligárquico e patriarcal, presente em cada canto do Brasil; e paralelamente retomar a pauta do socialismo dentro da própria esquerda e, posteriormente, no debate público.
Na Bahia nossa tarefa era uma das mais complicadas, pois ancorava um dos maiores símbolos da direita brasileira: um conjunto de práticas sociais sustentado pelo Estado, capital moderno, autoritarismo, pequenas oligarquias e monopólio dos meios de comunicação; muito além da figura do recém-falecido Antônio Carlos Magalhães.

 

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– O pensamento de esquerda ganhou corpo no cotidiano dos brasileiros a partir do período de redemocratização. Não mais pelo medo, mas através da esperança de que as desigualdades deste país podem ser resolvidas. Com isso, se assumir de esquerda não é mais motivo de receio do vizinho ou mesmo dos familiares, ao contrário, em muitos setores da sociedade a esquerda construiu uma legitimidade sólida.
As bases da esquerda estão conectadas a respostas visíveis nas condições econômicas e culturais da sociedade. Existem alguns reflexos concretos da chegada desse grupo aos instrumentos de poder no país: ampliação da cidadania, rigor sob a classe política, descriminalização dos movimentos sociais organizados e freio das privatizações.
Essas conquistas não podem retroceder, ao contrário, devem ser somadas numa caminhada constantemente árdua e por vezes lenta, mas que se acelera em processos políticos como o narrado em Novos Ventos Baianos.
Se por um lado não atingimos o direito de votar na campanha das Diretas-Já! em 1984 e perdemos os pleitos presidenciais em 89, 94 e 98, no geral fomos crescendo em cada família de trabalhadores, seja no campo ou na cidade. Até alcançar nosso grande trunfo eleitoral em 2002, a eleição de Lula à Presidência da República. Um migrante da seca nordestina que virou operário e líder sindical em São Paulo.
Já no governo federal continuamos a deparar com os altos e baixos.
A busca da governabilidade levou diversos setores da esquerda a ceder na política econômica, nos debates sobre reformas essenciais ao país, como a agrária e trabalhista, e culminou com a crise no parlamento, com sequelas no Executivo e no maior partido de esquerda do país e da América Latina, o PT.
Mesmo fragilizados, muitos setores da esquerda mantiveram a cabeça erguida para o horizonte de transformações almejadas. Afinal, naquele momento era preciso conter a fúria dos conservadores. E compreendemos que não bastava manter Lula no Palácio do Planalto, era necessário diminuir o poder secular, oligárquico e patriarcal, presente em cada canto do Brasil; e paralelamente retomar a pauta do socialismo dentro da própria esquerda e, posteriormente, no debate público.
Na Bahia nossa tarefa era uma das mais complicadas, pois ancorava um dos maiores símbolos da direita brasileira: um conjunto de práticas sociais sustentado pelo Estado, capital moderno, autoritarismo, pequenas oligarquias e monopólio dos meios de comunicação; muito além da figura do recém-falecido Antônio Carlos Magalhães.

 

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