
Na malha ferroviária do Brasil, a Estrada de Ferro Campos do Jordão reúne características bem peculiares que sempre a destacaram, como por exemplo, utilizar a tração elétrica, quando praticamente todas as ferrovias no Brasil possuem tração a diesel; subir rampas com mais de 10% sem qualquer sistema especial de tração; possuir pequena extensão, quando praticamente todas as ferrovias no Brasil similares foram extintas; manter a mesma denominação, extensão e logotipo desde sua inauguração, enquanto todas as ferrovias no Brasil foram incorporadas, fundidas ou cindidas.
Além de sua história peculiar, o que fascina o visitante é a beleza natural de onde opera, alternando regiões ao pé da Serra da Mantiqueira com extensas plantações agrícolas, com o traçado sinuoso da serra de onde se descortinam panoramas inacreditáveis da região, além do seu acervo histórico de veículos e estações, que fazem de seu conjunto uma rica e única coleção ferroviária no Brasil.
Desde 2012, o Governo do Estado de São Paulo iniciou um processo de recuperação da ferrovia, que incluiu, entre outras coisas, a reorganização do quadro de funcionários e respectivas carreiras, desenvolvimento de obras de recuperação da via permanente, modernização de estações, paradas e material rodante, reativação de serviços e estações que estavam paradas, iluminação do teleférico e a implantação do Centro de Memória Ferroviária.
O resultado dessas ações é o fortalecimento da EFCJ, bem como a modernização e melhoria da confiabilidade de seus serviços perante a comunidade atendida, refletindo-se também no aumento da demanda, de quase 400 mil usuários atendidos anualmente.
O primeiro centenário de operação da EFCJ encontra-se, enfim, uma ferrovia rejuvenescida e fortalecida para se preparar para os desafios do percurso de seu segundo centenário, consciente de seu papel único no turismo do Vale do Paraíba e do Estado de São Paulo.
