Egito: Revolução E Contrarrevolução (2011-2015)

Primavera, despertar, revoltas, revoluções. Esses são alguns dos nomes pelos que ficaram conhecidos os processos de convulsão que agitaram muitos países árabes a partir do final de 2010 e começo de 2011.


Os vários modos de nomear o fenômeno demonstram que desde o início havia explicações em competição para o que estava acontecendo, que havia interpretações diversas circulando no debate público.
Demonstram igualmente, para além da concorrência entre teorias explicativas diversas, que muito cedo a representação dos processos se transformou ela mesma em parte de uma guerra em que estava em jogo o futuro da região e o seu lugar na geopolítica mundial.
Essa guerra de representações encontrava terreno fértil na combinação de incerteza, complexidade e ignorância em torno do Oriente Médio e do Mundo Árabe. Os efeitos dessa combinação se faziam, e fazem, ainda mais relevantes quando contrastados com a contínua centralidade da região em tantos temas da agenda mundial.
Não há dúvida de que em todos os cenários, na Tunísia, no Egito, na Líbia, no Bahrein, no Iêmen e na Síria, havia razões e motivos internos para a ocorrência de revoltas, quer fossem essas razões relacionadas às condições econômicas de vida, quer dissessem respeito às liberdades individuais e à democracia.
Mas é verdade também que, justamente em razão da relevância da região e de seu regime geral, muito cedo se fizeram sentir as interferências de grandes potências e de atores regionais na tentativa de influir sobre as resultantes.
A combinação de fatores internos e externos se manifestou de modos diversos nos vários países tocados pelas revoltas. E cada história percorreu um caminho diferente: aqui um aparente sucesso na transição política, ali a intervenção militar seguida de vazio de poder e caos, aqui uma guerra civil internacionalizada e sangrenta, ali um círculo completo que parece nos levar de volta ao ponto de partida.
A trajetória, ou a aventura, que seria percorrida pelo Egito apareceu, desde o início, como a trama principal num complexo emaranhado de histórias concomitantes. Havia muitas coisas em jogo na definição do destino do maior país árabe.
É a esta trajetória que se dedica o livro que agora se tem em mãos. O desafio que quis enfrentar é o da compreensão das condicionantes originais do que se poderia chamar de primeira revolução no Egito e do complexo processo pelo que passou o país desde a queda de Mubarak até a ascensão de Sisi, passando pelo governo da Irmandade Muçulmana.
Enfrenta também o estabelecimento de pontes com a agenda dos interesses do Brasil na região e, especificamente, na relação com o Egito.

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Os vários modos de nomear o fenômeno demonstram que desde o início havia explicações em competição para o que estava acontecendo, que havia interpretações diversas circulando no debate público.
Demonstram igualmente, para além da concorrência entre teorias explicativas diversas, que muito cedo a representação dos processos se transformou ela mesma em parte de uma guerra em que estava em jogo o futuro da região e o seu lugar na geopolítica mundial.
Essa guerra de representações encontrava terreno fértil na combinação de incerteza, complexidade e ignorância em torno do Oriente Médio e do Mundo Árabe. Os efeitos dessa combinação se faziam, e fazem, ainda mais relevantes quando contrastados com a contínua centralidade da região em tantos temas da agenda mundial.
Não há dúvida de que em todos os cenários, na Tunísia, no Egito, na Líbia, no Bahrein, no Iêmen e na Síria, havia razões e motivos internos para a ocorrência de revoltas, quer fossem essas razões relacionadas às condições econômicas de vida, quer dissessem respeito às liberdades individuais e à democracia.
Mas é verdade também que, justamente em razão da relevância da região e de seu regime geral, muito cedo se fizeram sentir as interferências de grandes potências e de atores regionais na tentativa de influir sobre as resultantes.
A combinação de fatores internos e externos se manifestou de modos diversos nos vários países tocados pelas revoltas. E cada história percorreu um caminho diferente: aqui um aparente sucesso na transição política, ali a intervenção militar seguida de vazio de poder e caos, aqui uma guerra civil internacionalizada e sangrenta, ali um círculo completo que parece nos levar de volta ao ponto de partida.
A trajetória, ou a aventura, que seria percorrida pelo Egito apareceu, desde o início, como a trama principal num complexo emaranhado de histórias concomitantes. Havia muitas coisas em jogo na definição do destino do maior país árabe.
É a esta trajetória que se dedica o livro que agora se tem em mãos. O desafio que quis enfrentar é o da compreensão das condicionantes originais do que se poderia chamar de primeira revolução no Egito e do complexo processo pelo que passou o país desde a queda de Mubarak até a ascensão de Sisi, passando pelo governo da Irmandade Muçulmana.
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