Mais que um estudo, um atravessamento. A criação de conhecimento através de afetos, movimento, Arte e resistência.
As análises e reflexões apresentadas na presente dissertação são resultado da pesquisa etnográfica construída sobre as práticas artísticas como tática de resistência nas ocupações realizadas pelo coletivo OcupARTHE, em Teresina, no ano de 2014.
A narrativa é desenvolvida a partir da experiência e [com]vivência em campo e dos relatos etnográficos apreendidos que possibilitam a compreensão dessas táticas na pós-modernidade, considerando o lugar da pesquisadora enquanto ocupante e ARTEvista.
Um olhar sobre Teresina a partir das proposições realizadas nas ocupações coletivas de intervenção urbana que objetivam um diálogo com a cidade e as pessoas que a fazem por meio de um processo de ressignificação dos espaços, compreendidos como lugares praticados.
Para a melhor compreensão do estudo, o trabalho foi organizado em quatro capítulos. No primeiro, Por Onde Andei ou sobre meu Percurso Metodológico, retrato o percurso teórico-metodológico a partir do diálogo com Tim Ingold, Gilberto Velho e Certeau, apresentando os sujeitos/atores, entre eles eu mesma, e o campo da investigação etnográfica.
No segundo, Ocupar é ReXistir!, abordo momentos históricos e movimentos da vanguarda artística que considero fundamentais para a compreensão desse estudo, como os Impressionistas e Dadaístas; o COBRA e Fluxus; e as vanguardas brasileiras.
Apresento ocupações e intervenções de rua de caráter ARTEvista que emergem a partir dos anos 1970, período da ditadura, até chegar às ocupações coletivas de resistência delimitadas no tempo/espaço como sujeitos desse trabalho, retomando conceitos relacionados às ocupações coletivas, práticas artísticas e táticas de resistência, quando necessário.
No terceiro, A Arte como Tática de Resistência, faço uma análise das práticas artísticas como táticas de resistência coletiva nas ocupações. Em meio à diversidade das linguagens e práticas artísticas existentes, e do tempo para o desenvolvimento dessa investigação, reitero que aqui me detive na análise das práticas visuais, novamente a saber: graffiti, pôster-lambe e performance.