
Esta obra pretende analisar, através de pesquisa em fontes impressas e de uma análise crítica dessas fontes, o discurso oficial do Estado Novo, através de seus intelectuais e colaboradores.
Especificamente, será abordado o projeto do governo Getúlio Vargas conhecido como “Marcha para Oeste”, por meio de um exame dos artigos sobre o tema publicados na revista Cultura Política (1941-45), editada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e dirigida por Almir de Andrade.
Visamos entender como os intelectuais justificavam a importância da ocupação do interior para a formação da nação, os meios de se realizar tal ocupação e a visão dos intelectuais que colaboravam com a revista, entre eles José de Mesquita, Beneval de Oliveira e Cassiano Ricardo.
Este último publicou, em 1940 o livro “Marcha para Oeste: a influência da bandeira na formação social e política do Brasil”.
A exaltação do povoamento do Oeste brasileiro também se verificava no discurso do presidente da República, Getúlio Vargas, que, em um dos volumes da revista, em 1943, definiu a marcha como uma jornada decisiva para o futuro, pois um mundo novo e forte acordava no Oeste brasileiro, com um solo fértil a ser ocupado sob a égide de seu governo autoritário.
O tema é de extrema importância na publicação, pois foi abordado em várias edições durante o mesmo ano e em anos seguintes, até o fim do Estado Novo.
Ressalta-se, além disso, o caráter propagandista do Regime e de seus feitos no processo de interiorização do país, no sentido da proteção dos recursos naturais e minerais e do incentivo a sua exploração, sob a liderança do Estado nacional.
Para isso, o governo planejou uma série de medidas com o objetivo de fixar os homens sertanejos a sua terra, através da criação de núcleos agrícolas, da educação rural, da distribuição de ferramentas, do incentivo ao uso de maquinário e às habilitações técnicas, de políticas de alimentação, crédito, assistência médica, social e transportes.
Assim, a realização da pesquisa neste material é relevante para entendermos uma das principais características do nacionalismo varguista, pois, segundo o discurso do presidente, a Marcha para Oeste era o verdadeiro sentido da brasilidade e do futuro da nação.











