Aprender a fazer jornalismo é aprender a produzir gêneros jornalísticos. O conhecimento mais profundo dos elementos que constituem os tipos mais frequentes de composições discursivas da atividade jornalística pode implicar em maior conhecimento sobre a própria prática.
Isso significa conhecimento sobre as competências empregadas para a realização da atividade, desde a produção à publicação do produto.
Com as novas mídias, surgem novos formatos, se hibridizam, se embaralham os gêneros. A noção de gênero entra, mais uma vez, em cheque. Por isso mesmo passa a ser vista com mais atenção. Alguns gêneros podem acabar, outros podem aparecer. Alguns se transformam, outros se mantêm. Com as novas mídias, as práticas discursivas passam a experimentar e produzir novos formatos, que podem se instituir ou não em novos gêneros. Mas será que isso já ocorre para produtos da prática jornalística?
Outro motivo para se ocupar de gêneros é que os estudos dos gêneros jornalísticos, realizados até então, são produzidos separadamente por mídia (impressa, radiofônica, televisiva, digital). No Brasil trabalha-se por domínio, por mídia ou por fundamento teórico, mas não se trabalha por mídia e domínio ao mesmo tempo. Enquanto a mídia é considerada um critério de genericidade, o domínio é colocado em segundo plano. Se acreditarmos que a diferença entre as mídias é, igualmente, uma diferença de gênero (como o crêem os sócio-semiótica), não será possível falar em gêneros jornalísticos ou gêneros do domínio do jornalismo.
Só podem existir gêneros jornalísticos se o domínio for determinante para a genericidade de tipos discursivos. As características da mídia devem ser relacionadas às condições de realização da ação comunicativa para que se possa dizer, por exemplo, que a entrevista veiculada no impresso e no site jornalístico da rede é um mesmo gênero da indústria jornalística. Uma prova desta realidade são as diferentes nomenclaturas no mercado de gêneros no Brasil. O campo do jornalismo trata de ‘gêneros jornalísticos’, ‘gêneros televisuais’, ‘gêneros radiofônicos’ e ‘gêneros digitais’. O campo jornalístico nem sequer discute a relação entre gênero e mídia.
Redefinindo Os Gêneros Jornalísticos
- Comunicação
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