De Volta A Roland Barthes

Esta coletânea reúne nove ensaios com o objetivo de comemorar o cinquentenário de "O grau zero da escritura", primeiro livro de Roland Barthes.

Esta coletânea reúne nove ensaios apresentados em seminários promovidos em 2003 pela UFF e a USP, com o objetivo de comemorar o cinquentenário de "O grau zero da escritura", primeiro livro de Roland Barthes.

Nos ensaios, são abordados temas como a polêmica entre Barthes e Camus; o horror à estereotipia e o discurso político; Barthes, Brecht e Marx; e o rumor do autor em "Fragmentos de um discurso amoroso".

Esses trabalhos acabam por figurar o próprio desenho que o pensamento barthesiano imprimiu à reflexão sobre a linguagem - desenho inquieto, tecido intrincadamente de questões estéticas, filosóficas e políticas. Atento ao cotidiano e à história, e neles tanto às exigências do óbvio quanto à sugestividade dos rumores, esse pensamento se afirmou como atividade ininterrupta de escritura e leitura, aberta ao diálogo interdiscursivo, intersemiótico, transitando entre as artes e os procedimentos e afetos da vida comum, tentando driblar toda tentação à imobilidade e à transcendência.

Por que voltar a Barthes? Porque mais de três décadas depois do estruturalismo e da “aventura semiológica”, de que ele foi um dos mais famosos representantes, torna-se cada vez mais evidente que ele foi muito mais, ou coisa diversa, do que um estruturalista ou semiólogo literário. De fato, Barthes resiste a estas e outras etiquetas, porque sua carreira intelectual caracterizou-se pelo que ele chamou de “tática do deslocamento”, o que consistia em mudar de conversa logo que determinado discurso “pegava”, tornando-se estereotipado, repetitivo, morto.

Assim, podemos distinguir em sua obra três etapas principais: a primeira, nos anos 50, de fundamentação sociológica e marxista; a segunda, nos anos 60, estruturalista e semiológica; e a terceira, a partir de O prazer do texto (1973), em que sua ética da linguagem se afirma plenamente e seus textos se libertam de todo constrangimento sistemático, para se assumirem como gozo pessoal da linguagem, isto é, escritura, escrita literária.

Crítico e desconstrutivo, ele se caracterizava pelo caráter inclusivo, pela capacidade de se fazer diferença a partir mesmo do mergulho compreensivo nos objetos de amoroso questionamento. Assim fez, por exemplo, com a subjetividade autoral, com a estruturalidade dos sistemas sígnicos, a filosofia, a literatura, o cinema, a fotografia, os mitos e utopias do século XX.

O livro oferece não só aos pesquisadores da área de Letras, mas a todos os interessados em refletir sobre a linguagem, material rico e diversificado tanto em informações e reflexões que contém sobre Barthes, quanto na rede teórica que o mobiliza.

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Esses trabalhos acabam por figurar o próprio desenho que o pensamento barthesiano imprimiu à reflexão sobre a linguagem – desenho inquieto, tecido intrincadamente de questões estéticas, filosóficas e políticas. Atento ao cotidiano e à história, e neles tanto às exigências do óbvio quanto à sugestividade dos rumores, esse pensamento se afirmou como atividade ininterrupta de escritura e leitura, aberta ao diálogo interdiscursivo, intersemiótico, transitando entre as artes e os procedimentos e afetos da vida comum, tentando driblar toda tentação à imobilidade e à transcendência.

Por que voltar a Barthes? Porque mais de três décadas depois do estruturalismo e da “aventura semiológica”, de que ele foi um dos mais famosos representantes, torna-se cada vez mais evidente que ele foi muito mais, ou coisa diversa, do que um estruturalista ou semiólogo literário. De fato, Barthes resiste a estas e outras etiquetas, porque sua carreira intelectual caracterizou-se pelo que ele chamou de “tática do deslocamento”, o que consistia em mudar de conversa logo que determinado discurso “pegava”, tornando-se estereotipado, repetitivo, morto.

Assim, podemos distinguir em sua obra três etapas principais: a primeira, nos anos 50, de fundamentação sociológica e marxista; a segunda, nos anos 60, estruturalista e semiológica; e a terceira, a partir de O prazer do texto (1973), em que sua ética da linguagem se afirma plenamente e seus textos se libertam de todo constrangimento sistemático, para se assumirem como gozo pessoal da linguagem, isto é, escritura, escrita literária.

Crítico e desconstrutivo, ele se caracterizava pelo caráter inclusivo, pela capacidade de se fazer diferença a partir mesmo do mergulho compreensivo nos objetos de amoroso questionamento. Assim fez, por exemplo, com a subjetividade autoral, com a estruturalidade dos sistemas sígnicos, a filosofia, a literatura, o cinema, a fotografia, os mitos e utopias do século XX.

O livro oferece não só aos pesquisadores da área de Letras, mas a todos os interessados em refletir sobre a linguagem, material rico e diversificado tanto em informações e reflexões que contém sobre Barthes, quanto na rede teórica que o mobiliza.

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