Partidos, Ideologia E Composição Social

Este trabalho tem como objeto principal a composição social das bancadas na Câmara dos Deputados de seis dos principais partidos brasileiros. Entendemos que os resultados da pesquisa indicaram que há uma relação consistente e coerente entre os meios socio-ocupacionais de recrutamento partidário

e as orientações político-programáticas dos partidos na escala ideológica direita-centro-esquerda. Complementarmente, o exame das configurações partidárias resultantes das eleições de 1990, 1994 e 1998 mostrou um quadro multipartidário relativamente estável, com avanços mais fortes das correntes de centro, perdas pequenas da direita e ganhos também pequenos da esquerda.
A pesquisa, sobre a qual se baseia este livro, utilizou como principal fonte de informação a publicação Deputados Brasileiros — Repertório Biográfico, do Centro de Documentação e Informação da própria Câmara dos Deputados (CD, daqui para frente), referente à 51ª Legislatura (1999-2003), eleita em outubro de 1998. Os parlamentares incluídos na pesquisa e as respectivas legendas partidárias pelas quais foram eleitos são as que constam da referida publicação. Posteriores trocas de legendas ou outras alterações na composição das bancadas partidárias não foram consideradas. Os efeitos das coligações, que possivelmente afetaram os resultados da eleição de 1998 para a CD, também foram ignorados. Interessou-nos a distribuição das cadeiras por partido.
Utilizamos também, como fonte primária, dados retirados de 401 declarações de bens que os candidatos a deputado federal entregaram aos tribunais regionais eleitorais de seus Estados ao solicitarem o registro de suas candidaturas. Todas as análises são feitas em termos quantitativos, expressos geralmente em porcentagem e sem referências pessoais. Trata-se de um estudo informativo, que se pretende, antes de tudo, de natureza estritamente acadêmica. Em nenhum momento houve de nossa parte a intenção de beneficiar ou prejudicar qualquer partido. Mas é possível que alguns trechos possam desagradar a políticos e simpatizantes dessa ou daquela tendência ideológica. Aceitamos que isso possa ocorrer ainda que nosso compromisso tenha sido apenas com o correto levantamento e interpretação dos dados. Não defendemos uma ciência política que se pretenda “engajada”, embora aceitemos que o compromisso com a objetividade e o distanciamento valorativo do objeto nem sempre são fáceis de serem alcançados. Talvez sejam mesmo impossíveis, mas acreditamos que é uma meta que deve ser procurada.

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A pesquisa, sobre a qual se baseia este livro, utilizou como principal fonte de informação a publicação Deputados Brasileiros — Repertório Biográfico, do Centro de Documentação e Informação da própria Câmara dos Deputados (CD, daqui para frente), referente à 51ª Legislatura (1999-2003), eleita em outubro de 1998. Os parlamentares incluídos na pesquisa e as respectivas legendas partidárias pelas quais foram eleitos são as que constam da referida publicação. Posteriores trocas de legendas ou outras alterações na composição das bancadas partidárias não foram consideradas. Os efeitos das coligações, que possivelmente afetaram os resultados da eleição de 1998 para a CD, também foram ignorados. Interessou-nos a distribuição das cadeiras por partido.
Utilizamos também, como fonte primária, dados retirados de 401 declarações de bens que os candidatos a deputado federal entregaram aos tribunais regionais eleitorais de seus Estados ao solicitarem o registro de suas candidaturas. Todas as análises são feitas em termos quantitativos, expressos geralmente em porcentagem e sem referências pessoais. Trata-se de um estudo informativo, que se pretende, antes de tudo, de natureza estritamente acadêmica. Em nenhum momento houve de nossa parte a intenção de beneficiar ou prejudicar qualquer partido. Mas é possível que alguns trechos possam desagradar a políticos e simpatizantes dessa ou daquela tendência ideológica. Aceitamos que isso possa ocorrer ainda que nosso compromisso tenha sido apenas com o correto levantamento e interpretação dos dados. Não defendemos uma ciência política que se pretenda “engajada”, embora aceitemos que o compromisso com a objetividade e o distanciamento valorativo do objeto nem sempre são fáceis de serem alcançados. Talvez sejam mesmo impossíveis, mas acreditamos que é uma meta que deve ser procurada.

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