![Diários Públicos tem como mote fundamental a forma pela qual as forças simbólicas transformam-se em forças materiais, e vice-versa.](https://i0.wp.com/livrandante.com.br/wp-content/uploads/2022/03/diarios-publicos.jpg?resize=205%2C289&ssl=1)
Há uma diferença significativa na forma como a interação mediada e a conexão com a Internet se deu ao redor do mundo. Igualmente, a definição de quem são os “nativos digitais” quando são comparadas as condições de desenvolvimento das redes técnicas e da promoção de acesso em diferentes regiões do planeta.
De acordo com Prensky e Turkle, os nativos digitais podem ser considerados a geração que fez a transição entre a vida offline e online ainda a partir de meados da década de 1990. No entanto, este recorte é exclusivo da realidade dos países desenvolvidos, em especial dos EUA, que antecipou diversas pesquisas com o objetivo de compreender este novo universo ainda naquele período.
Com relação ao Brasil, os nativos digitais são os nascidos já em meados da década de 80, passando a usufruir da conexão com a Internet sobretudo no início dos anos 2000. Esse atraso é resultado de diversas condições específicas na forma como as telecomunicações foram expandidas ao longo dos últimos anos, seja pela iniciativa privada ou pelo Estado, junto a particularidades do projeto modernizador, uma vez que a infraestrutura de transportes e comunicação é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e se confundem com a história das instituições.
Diários Públicos se centra na relação entre agentes humanos e não humanos tendo como mote fundamental a forma pela qual as forças simbólicas transformam-se em forças materiais, e vice-versa.
Ao tomar as mercadorias visuais produzidas na e para a Internet bem como a produção de valor decorrente delas, reconhecemos que os computadores tornam-se também máquinas metafísicas, já que as relações resultantes desse conjunto influenciam a forma pela qual pensamos a nossa própria existência. “Fazem-nos enfrentar uma provocação, pois mostram um novo espelho onde a mente está reflectida como máquina”.
Contempla-se, assim, o triângulo midialógico, assumindo que as relações entre usuários, plataforma, imagens, narrativas, autorreflexividade, mercado e acontecimentos extrarrede são expressões de categorias políticas, técnicas e culturais e precisam ser apreendidos e interpretados em uma relação de interdependência.