A República Dos Piratas

Para seus admiradores, os piratas são vilões românticos: homens temíveis dispostos a levar uma vida fora do alcance da lei e do governo, que se libertaram de seus empregos e das restrições da sociedade para buscar riqueza, diversão e aventura.

Três séculos se passaram desde que eles desapareceram dos mares, mas os piratas da Era de Ouro continuam sendo heróis populares para a legião de seus fãs. Eles serviram de inspiração para alguns dos maiores personagens de ficção – capitão Gancho e Long John Silver, capitão Blood e Jack Sparrow –, evocando imagens de lutas de espada, caminhadas na prancha, mapas do tesouro e baús de ouro e joias.
Atrativa como suas lendas – principalmente tão abrilhantadas por Robert Louis Stevenson e Walt Disney – a verdadeira história dos piratas do Caribe é ainda mais cativante: um conto de tirania e resistência perdido há muito tempo, uma revolta marítima que abalou os alicerces do recém-formado Império Britânico, levando o comércio transatlântico a uma paralisação e alimentando os sentimentos democráticos que mais tarde impulsionariam a Revolução Americana1. No seu centro havia uma república pirata, uma zona de liberdade no meio de uma era autoritária.
A Era de Ouro da Pirataria durou apenas dez anos, de 1715 a 1725, e foi conduzida por um grupo de vinte a trinta comodoros e alguns milhares de tripulantes. Praticamente todos os comodoros se conheciam, tendo servido lado a lado a bordo de navios mercantes ou piratas ou se cruzado na base que dividiam, a colônia britânica malsucedida das Bahamas. Os piratas eram, na maioria, ingleses ou irlandeses, mas havia um grande número de escoceses, franceses e africanos, assim como alguns de outras nacionalidades: holandeses, dinamarqueses, suecos e índios americanos. Apesar das diferenças de nação, raça, religião e até mesmo de língua, eles desenvolveram uma cultura em comum. Ao se encontrarem no mar, os navios piratas frequentemente uniam forças e iam ao auxílio uns dos outros, até mesmo quando uma tripulação era em sua maioria francesa e na outra predominavam seus inimigos tradicionais, os ingleses. Eles operavam seus navios democraticamente, elegendo e depondo seus capitães por voto popular, dividindo igualmente os ganhos e tomando decisões importantes num conselho aberto – tudo em nítido contraste com os regimes ditatoriais encontrados a bordo de outros navios. Numa época em que marinheiros comuns não recebiam proteção social de qualquer espécie, os piratas das Bahamas proporcionavam benefícios por incapacidade para suas tripulações.

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Para seus admiradores, os piratas são vilões românticos: homens temíveis dispostos a levar uma vida fora do alcance da lei e do governo, que se libertaram de seus empregos e das restrições da sociedade para buscar riqueza, diversão e aventura. Três séculos se passaram desde que eles desapareceram dos mares, mas os piratas da Era de Ouro continuam sendo heróis populares para a legião de seus fãs. Eles serviram de inspiração para alguns dos maiores personagens de ficção – capitão Gancho e Long John Silver, capitão Blood e Jack Sparrow –, evocando imagens de lutas de espada, caminhadas na prancha, mapas do tesouro e baús de ouro e joias.
Atrativa como suas lendas – principalmente tão abrilhantadas por Robert Louis Stevenson e Walt Disney – a verdadeira história dos piratas do Caribe é ainda mais cativante: um conto de tirania e resistência perdido há muito tempo, uma revolta marítima que abalou os alicerces do recém-formado Império Britânico, levando o comércio transatlântico a uma paralisação e alimentando os sentimentos democráticos que mais tarde impulsionariam a Revolução Americana1. No seu centro havia uma república pirata, uma zona de liberdade no meio de uma era autoritária.
A Era de Ouro da Pirataria durou apenas dez anos, de 1715 a 1725, e foi conduzida por um grupo de vinte a trinta comodoros e alguns milhares de tripulantes. Praticamente todos os comodoros se conheciam, tendo servido lado a lado a bordo de navios mercantes ou piratas ou se cruzado na base que dividiam, a colônia britânica malsucedida das Bahamas. Os piratas eram, na maioria, ingleses ou irlandeses, mas havia um grande número de escoceses, franceses e africanos, assim como alguns de outras nacionalidades: holandeses, dinamarqueses, suecos e índios americanos. Apesar das diferenças de nação, raça, religião e até mesmo de língua, eles desenvolveram uma cultura em comum. Ao se encontrarem no mar, os navios piratas frequentemente uniam forças e iam ao auxílio uns dos outros, até mesmo quando uma tripulação era em sua maioria francesa e na outra predominavam seus inimigos tradicionais, os ingleses. Eles operavam seus navios democraticamente, elegendo e depondo seus capitães por voto popular, dividindo igualmente os ganhos e tomando decisões importantes num conselho aberto – tudo em nítido contraste com os regimes ditatoriais encontrados a bordo de outros navios. Numa época em que marinheiros comuns não recebiam proteção social de qualquer espécie, os piratas das Bahamas proporcionavam benefícios por incapacidade para suas tripulações.

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