Experimentos muito precisos e convincentes nos induzem a admitir que a teoria da relatividade, reveladora de aspectos maravilhosos do mundo que nos rodeia, é correta. Estas características nos fogem à primeira vista.

Vimos as mudanças radicais e profundas que a teoria da relatividade introduz nos conceitos fundamentais construídos pelo homem, através de séculos de observação.
Significa isso por acaso que toda a física desenvolvida muito antes do aparecimento da teoria da relatividade deve ser jogada fora como um sapato velho e inútil?
Se fosse assim, não haveria interesse em empreender uma pesquisa científica. Certamente apareceria uma nova teoria que destruiria a velha.
A teoria da relatividade, longe de refutar velhos conceitos, dilata-os, e define os limites dentro dos quais podem ser usados sem perigo de erro. As leis da natureza, descobertas pelos físicos antes do nascimento da teoria da relatividade, não se tornam de nenhuma forma sem efeito. Apenas, sua utilização se tornou definida de uma forma mais clara.
A relação entre a física baseada na teoria da relatividade, conhecida como relativista, e a da velha escola, conhecida como clássica, é semelhante à existente entre a Geodésia Superior, que leva em conta a redondeza da Terra, e a Geodésia Elementar, que a ignora. A Geodésia Superior provém da relatividade da vertical, e a Física relativista leva em conta a relatividade das dimensões dos corpos e. dos intervalos de tempo entre dois acontecimentos. A Física clássica desconhece o princípio da relatividade.
Assim como a Geodésia Superior se desenvolveu a partir da elementar, a Física relativista se desenvolveu a partir da clássica.
Podemos transformar as fórmulas da Geometria Esférica, a geometria que trata da superfície da esfera, em fórmulas da Geometria Plana, se considerarmos o raio da esfera como infinito. A Terra não será mais uma esfera mas um plano infinito, a vertical será absoluta e a soma dos ângulos de um triângulo será exatamente igual a dois retos.
Uma transformação semelhante pode ser feita na Física relativista, se admitirmos que a velocidade da luz é infinita, isto é, que a luz se propaga instantaneamente.