Giramundos

Giramundos surgiu a partir do interesse de reivindicar uma educação ambiental em oposição à perspectiva da educação para o desenvolvimento sustentável.

O tema Giramundos: A Educação Ambiental No Mito E O Mito Na Educação Ambiental cresceu a partir do interesse de reivindicar uma educação ambiental em oposição à perspectiva da educação para o desenvolvimento sustentável.

A intenção foi colocar em debate outras lógicas ou racionalidades pouco exploradas, lógicas que não se excluem, mas que adquirem características antagônicas, concorrentes e complementares.

Morin sinaliza que “[…] a cultura é o ecossistema das nossas ideias de natureza”. Portanto, privilegiamos incluir outros pontos de vista e afirmar que a educação ambiental se tem constituído como um campo de conhecimento que se produz na interação entre natureza e cultura, de modo indissociável das relações de poder e dos jogos de verdade

A proposta inicial do trabalho foi discutir estratégias de narrar experiências da educação ambiental complexa em espaços não formais, como os terreiros da Umbanda.

Nesse sentido, começamos a perceber que algumas experiências e orixalidades dos povos de santo, em particular as que partilhavam os umbandistas nas giras que passamos a frequentar, destoavam da herança moderna essencialista que nos constituía.

Assim, com esse incômodo, formulamos os objetivos que se desdobrariam na pesquisa: vivenciar as giras no terreiro umbandista e cartografar o lugar reservado à dimensão da educação ambiental a partir do universo mítico dos orixás; inferir como as narrativas presentes nas orixalidades se entrelaçam com a pesquisa em educação ambiental; compreender, com as bases da educação ambiental complexa, o entrelace das narrativas da educação ambiental e da experiência umbandista e como estas potencializam novas lógicas para a vida.

De início, esses questionamentos surgiam com os sentidos que iam sendo produzidos nos diálogos com o lócus pesquisado, permeados pela nossa curiosidade sobre os diversos modos de perceber a vida e a relação que esses sujeitos compartilhavam com a natureza e a sua cultura.

Depois, eles apareciam de acordo com o movimento da atenção às invisibilidades e aos ruídos destoantes que nos deslocavam dos lugares que nos constituíam, ou seja, de pesquisadora, mulher, branca, que fora educada na matriz religiosa católica, urbana, inquieta e apreensiva, balançada pelo universo e pela racionalidade de matriz africana.

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Morin sinaliza que “[…] a cultura é o ecossistema das nossas ideias de natureza”. Portanto, privilegiamos incluir outros pontos de vista e afirmar que a educação ambiental se tem constituído como um campo de conhecimento que se produz na interação entre natureza e cultura, de modo indissociável das relações de poder e dos jogos de verdade

A proposta inicial do trabalho foi discutir estratégias de narrar experiências da educação ambiental complexa em espaços não formais, como os terreiros da Umbanda.

Nesse sentido, começamos a perceber que algumas experiências e orixalidades dos povos de santo, em particular as que partilhavam os umbandistas nas giras que passamos a frequentar, destoavam da herança moderna essencialista que nos constituía.

Assim, com esse incômodo, formulamos os objetivos que se desdobrariam na pesquisa: vivenciar as giras no terreiro umbandista e cartografar o lugar reservado à dimensão da educação ambiental a partir do universo mítico dos orixás; inferir como as narrativas presentes nas orixalidades se entrelaçam com a pesquisa em educação ambiental; compreender, com as bases da educação ambiental complexa, o entrelace das narrativas da educação ambiental e da experiência umbandista e como estas potencializam novas lógicas para a vida.

De início, esses questionamentos surgiam com os sentidos que iam sendo produzidos nos diálogos com o lócus pesquisado, permeados pela nossa curiosidade sobre os diversos modos de perceber a vida e a relação que esses sujeitos compartilhavam com a natureza e a sua cultura.

Depois, eles apareciam de acordo com o movimento da atenção às invisibilidades e aos ruídos destoantes que nos deslocavam dos lugares que nos constituíam, ou seja, de pesquisadora, mulher, branca, que fora educada na matriz religiosa católica, urbana, inquieta e apreensiva, balançada pelo universo e pela racionalidade de matriz africana.

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