A Vida Secreta De Fidel

Poucos estiveram tão perto ou souberam da vida do líder máximo de Cuba quanto Juan Reinaldo Sánchez, seu guarda-costas pessoal. Ao longo de dezessete anos, ele foi responsável pela segurança de Fidel, mas também testemunha de seus relacionamentos, de sua vida em família, de suas horas de lazer, de suas estratégias políticas, entre outras tantas coisas.

Até as revelações de Sánchez, poucos sabiam que Fidel tinha uma ilha deserta paradisíaca para onde levava a família e poucos convidados - num belo iate ou em seu helicóptero - ou então quais eram seus hábitos alimentares, baseados principalmente em alimentos orgânicos.
Em parceria com Axel Gylden, repórter da revista francesa L’Express, Sánchez nos revela segredos de Estado e as múltiplas faces do ditador cubano, a partir de fatos que presenciou e que expõe sem julgamentos. Esse testemunho nos leva a reconsiderar tudo que sempre foi dito sobre Cuba e sobre Fidel Castro.

O iate de Fidel Castro singrava o mar do Caribe. Tínhamos desatracado havia dez minutos e os golfinhos brancos já nos alcançavam sobre as ondas azul-petróleo da costa meridional de Cuba. Um bando de nove ou dez mamíferos patrulhava a estibordo, bem perto do casco; outro grupo de cetáceos seguia o sulco da embarcação, trinta metros a bombordo traseiro. Pareciam a escolta motorizada de um chefe de Estado em visita oficial…
— Os substitutos chegaram; você pode ir descansar — eu disse a Gabriel Gallegos apontando para a miríade de nadadeiras dorsais que fendiam a superfície das águas a toda a velocidade.
Meu colega achou graça na brincadeira. Mas três minutos depois os imprevisíveis animais mudaram de direção e se afastaram, desaparecendo no horizonte.
— Mal chegaram e já se foram! Que falta de profissionalismo… — zombou Gabriel.
Em matéria de profissionalismo, éramos especialistas. Fazia treze anos que tínhamos entrado para a Segurança Pessoal do comandante. No ano de 1977. Ora, em Cuba, não havia nada mais sério, rigoroso ou importante que a proteção do chefe de Estado. A mínima saída de Fidel ao mar, mesmo que para algumas horas de pescaria ou de caça submarina, mobilizava um dispositivo de defesa militar impressionante. Assim, o Aquarama II — nome do iate de Fidel Castro — era sistematicamente escoltado pela Pionera I e pela Pionera II, duas potentes lanchas de 55 pés (dezessete metros) quase idênticas, uma das quais completamente equipada para atender o comandante em caso de emergências médicas.

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Poucos estiveram tão perto ou souberam da vida do líder máximo de Cuba quanto Juan Reinaldo Sánchez, seu guarda-costas pessoal. Ao longo de dezessete anos, ele foi responsável pela segurança de Fidel, mas também testemunha de seus relacionamentos, de sua vida em família, de suas horas de lazer, de suas estratégias políticas, entre outras tantas coisas. Até as revelações de Sánchez, poucos sabiam que Fidel tinha uma ilha deserta paradisíaca para onde levava a família e poucos convidados – num belo iate ou em seu helicóptero – ou então quais eram seus hábitos alimentares, baseados principalmente em alimentos orgânicos.
Em parceria com Axel Gylden, repórter da revista francesa L’Express, Sánchez nos revela segredos de Estado e as múltiplas faces do ditador cubano, a partir de fatos que presenciou e que expõe sem julgamentos. Esse testemunho nos leva a reconsiderar tudo que sempre foi dito sobre Cuba e sobre Fidel Castro.

O iate de Fidel Castro singrava o mar do Caribe. Tínhamos desatracado havia dez minutos e os golfinhos brancos já nos alcançavam sobre as ondas azul-petróleo da costa meridional de Cuba. Um bando de nove ou dez mamíferos patrulhava a estibordo, bem perto do casco; outro grupo de cetáceos seguia o sulco da embarcação, trinta metros a bombordo traseiro. Pareciam a escolta motorizada de um chefe de Estado em visita oficial…
— Os substitutos chegaram; você pode ir descansar — eu disse a Gabriel Gallegos apontando para a miríade de nadadeiras dorsais que fendiam a superfície das águas a toda a velocidade.
Meu colega achou graça na brincadeira. Mas três minutos depois os imprevisíveis animais mudaram de direção e se afastaram, desaparecendo no horizonte.
— Mal chegaram e já se foram! Que falta de profissionalismo… — zombou Gabriel.
Em matéria de profissionalismo, éramos especialistas. Fazia treze anos que tínhamos entrado para a Segurança Pessoal do comandante. No ano de 1977. Ora, em Cuba, não havia nada mais sério, rigoroso ou importante que a proteção do chefe de Estado. A mínima saída de Fidel ao mar, mesmo que para algumas horas de pescaria ou de caça submarina, mobilizava um dispositivo de defesa militar impressionante. Assim, o Aquarama II — nome do iate de Fidel Castro — era sistematicamente escoltado pela Pionera I e pela Pionera II, duas potentes lanchas de 55 pés (dezessete metros) quase idênticas, uma das quais completamente equipada para atender o comandante em caso de emergências médicas.

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