Hospitalidade E Desenvolvimento

O objetivo de Hospitalidade E Desenvolvimento é rediscutir o conceito de Desenvolvimento e propor categorias outras para sua análise.

Trata-se de um livro que não foi escrito para agradar, mas sim para denunciar. Denunciar, principalmente, que o Desenvolvimento é magnífico (no centro da cidade) e monstruoso (na favela).

Denunciar que é "um processo problemático. Nem apenas positivo, nem apenas negativo" e que precisa ser enfrentado. Denunciar que sob o verniz do progresso (o que é o progresso? progresso para quem?) foram estabelecidas narrativas e discursos que disfarçaram suas incongruências, para assim facilitar sua assimilação e escolhas diversas nas mais variadas sociedades e povos.

O autor toma o cuidado de explicar que o conceito de Desenvolvimento não é único. Porém, a forma como esse conceito tem sido apresentado, especialmente do norte ao sul, é como se fosse inequívoco, correto, aceito por todos. Bom, nem todos.

Como o próprio autor diz, Hospitalidade E Desenvolvimento é composto por esboços que buscam encontros. Ecos. Reverberação. E assim, logo de início ele dá pistas de como a Hospitalidade se relaciona (encontra, ecoa, reverbera) com o Desenvolvimento ao apresentar o fio condutor da reflexão, afirmando "que a Hospitalidade é uma categoria importante para o pensamento filosófico do século XX".

Nisso, apresenta o problema da incompletude do conceito de Desenvolvimento. Assim expõe o objetivo do livro que é rediscutir o conceito de Desenvolvimento e propor categorias outras para sua análise.

A este conceito faltariam inúmeras categorias, uma delas pouco divulgada, a do Desenvolvimento etnossensível e inclusivo, que seria capaz de auxiliar na superação dos silêncios, omissões e invisibilidades existentes nas narrativas do conceito em tela. Portanto, estaríamos nós, leitores, frente a um texto desconstrutivo de conceitos anteriores.

Um texto que pede nossa ação e rejeita a passividade. Um texto que, se bem lido, desperta a angústia e a indignação. Angustiar-se e indignar-se são os primeiros passos para o agir.

A viagem teórica feita por Maciel - ele apresenta o livro como metáfora de viagem - parte da ação hospitaleira do personagem bíblico Abraão, que sendo velho e tendo uma esposa, Sara, estéril, pariram: um filho; três grandes narrativas religiosas e; uma civilização que abarca praticamente todo o planeta.

Essa é a viagem sedimentada no conceito "Desenvolvimento", que a narrativa religiosa permitiu, divulgou e chancelou através dos séculos, ou milênios.

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O objetivo de Hospitalidade E Desenvolvimento é rediscutir o conceito de Desenvolvimento e propor categorias outras para sua análise.

Trata-se de um livro que não foi escrito para agradar, mas sim para denunciar. Denunciar, principalmente, que o Desenvolvimento é magnífico (no centro da cidade) e monstruoso (na favela).

Denunciar que é “um processo problemático. Nem apenas positivo, nem apenas negativo” e que precisa ser enfrentado. Denunciar que sob o verniz do progresso (o que é o progresso? progresso para quem?) foram estabelecidas narrativas e discursos que disfarçaram suas incongruências, para assim facilitar sua assimilação e escolhas diversas nas mais variadas sociedades e povos.

O autor toma o cuidado de explicar que o conceito de Desenvolvimento não é único. Porém, a forma como esse conceito tem sido apresentado, especialmente do norte ao sul, é como se fosse inequívoco, correto, aceito por todos. Bom, nem todos.

Como o próprio autor diz, Hospitalidade E Desenvolvimento é composto por esboços que buscam encontros. Ecos. Reverberação. E assim, logo de início ele dá pistas de como a Hospitalidade se relaciona (encontra, ecoa, reverbera) com o Desenvolvimento ao apresentar o fio condutor da reflexão, afirmando “que a Hospitalidade é uma categoria importante para o pensamento filosófico do século XX”.

Nisso, apresenta o problema da incompletude do conceito de Desenvolvimento. Assim expõe o objetivo do livro que é rediscutir o conceito de Desenvolvimento e propor categorias outras para sua análise.

A este conceito faltariam inúmeras categorias, uma delas pouco divulgada, a do Desenvolvimento etnossensível e inclusivo, que seria capaz de auxiliar na superação dos silêncios, omissões e invisibilidades existentes nas narrativas do conceito em tela. Portanto, estaríamos nós, leitores, frente a um texto desconstrutivo de conceitos anteriores.

Um texto que pede nossa ação e rejeita a passividade. Um texto que, se bem lido, desperta a angústia e a indignação. Angustiar-se e indignar-se são os primeiros passos para o agir.

A viagem teórica feita por Maciel – ele apresenta o livro como metáfora de viagem – parte da ação hospitaleira do personagem bíblico Abraão, que sendo velho e tendo uma esposa, Sara, estéril, pariram: um filho; três grandes narrativas religiosas e; uma civilização que abarca praticamente todo o planeta.

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