Forças Armadas E Política No Brasil

Depois do choque que foi o golpe militar de 1964, restou a incômoda pergunta: como ninguém foi capaz de prevê-lo e de resistir a ele, mesmo tendo se discutido tanto a respeito?


É para investigar essa e outras questões; como a relação entre civis e militares, a história dos pracinhas da FEB, as características do Exército brasileiro e do próprio imaginário militar; que José Murilo de Carvalho, um dos principais pesquisadores sobre as Forças Armadas no Brasil, reúne em Forças Armadas E Política No Brasil diversos textos seus, publicados ao longo de trinta anos.
Nesses trabalhos, o autor atribuiu grande importância à investigação de características organizacionais e aspectos internos da instituição militar, até então desconsiderados, o que representou uma grande renovação no estudo do tema.
Os militares, mesmo com o fim do regime de exceção, ainda se mantêm como um estigma dentro da sociedade brasileira. Para muitos, eles seriam inúteis nesses novos tempos, sem guerras frias ou ameaças externas ao Brasil.
Para outros, eles são lembrados com uma ponta de saudosismo, responsáveis por um país “pleno de ordem, disciplina e progresso”. A verdade é que, apesar do papel fundamental que sempre exercitaram na história nacional, pouco sabemos sobre os militares.
Esse novo estudo de José Murilo de Carvalho é uma honrosa exceção, em especial por reunir textos compostos pelo historiador ao longo de 30 anos.
Dessa forma, escritos de 1964, em que o autor se perguntava “por que não estudamos os militares” antes que eles fizessem o golpe, são complementados por outros, recentes, que nos avisam da necessidade de rediscutir o papel dos militares nos novos tempos, sob pena, alerta o historiador, de “corrermos o risco de sermos surpreendidos pelos acontecimentos como em 1964 e sermos, novamente, atropelados pela roda da fortuna”.
O que esperar do Exército hoje? O perigo mora no desinteresse por esse dilema, tanto do Executivo quanto do Legislativo. Murilo de Carvalho observa que o episódio recente do pronunciamento militar favorável à repressão, e que levou à queda do ministro da Defesa, é uma prova de que nem tudo foi resolvido. Para José Murilo de Carvalho, as manchas do passado foram, cedo demais, esquecidas.
Os artigos reunidos em Forças Armadas E Política No Brasil, originalmente veiculados em publicações hoje inacessíveis, influenciaram o debate público sobre a organização militar e seu papel na sociedade e tornaram-se referência para a produção de muitos historiadores e cientistas sociais.

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É para investigar essa e outras questões; como a relação entre civis e militares, a história dos pracinhas da FEB, as características do Exército brasileiro e do próprio imaginário militar; que José Murilo de Carvalho, um dos principais pesquisadores sobre as Forças Armadas no Brasil, reúne em Forças Armadas E Política No Brasil diversos textos seus, publicados ao longo de trinta anos.
Nesses trabalhos, o autor atribuiu grande importância à investigação de características organizacionais e aspectos internos da instituição militar, até então desconsiderados, o que representou uma grande renovação no estudo do tema.
Os militares, mesmo com o fim do regime de exceção, ainda se mantêm como um estigma dentro da sociedade brasileira. Para muitos, eles seriam inúteis nesses novos tempos, sem guerras frias ou ameaças externas ao Brasil.
Para outros, eles são lembrados com uma ponta de saudosismo, responsáveis por um país “pleno de ordem, disciplina e progresso”. A verdade é que, apesar do papel fundamental que sempre exercitaram na história nacional, pouco sabemos sobre os militares.
Esse novo estudo de José Murilo de Carvalho é uma honrosa exceção, em especial por reunir textos compostos pelo historiador ao longo de 30 anos.
Dessa forma, escritos de 1964, em que o autor se perguntava “por que não estudamos os militares” antes que eles fizessem o golpe, são complementados por outros, recentes, que nos avisam da necessidade de rediscutir o papel dos militares nos novos tempos, sob pena, alerta o historiador, de “corrermos o risco de sermos surpreendidos pelos acontecimentos como em 1964 e sermos, novamente, atropelados pela roda da fortuna”.
O que esperar do Exército hoje? O perigo mora no desinteresse por esse dilema, tanto do Executivo quanto do Legislativo. Murilo de Carvalho observa que o episódio recente do pronunciamento militar favorável à repressão, e que levou à queda do ministro da Defesa, é uma prova de que nem tudo foi resolvido. Para José Murilo de Carvalho, as manchas do passado foram, cedo demais, esquecidas.
Os artigos reunidos em Forças Armadas E Política No Brasil, originalmente veiculados em publicações hoje inacessíveis, influenciaram o debate público sobre a organização militar e seu papel na sociedade e tornaram-se referência para a produção de muitos historiadores e cientistas sociais.

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