O livro “Imaginários e dramas sociais: estudos de significação”, de José Carlos Rodrigues (Comunicação Social, PUC-Rio), reúne uma coletânea de textos que possuem um único tema em comum: os imaginários e dramas sociais – podendo servir de interesse para as áreas de comunicação, antropologia e ciências sociais.
Os ensaios analisam assuntos inseridos na cultura brasileira como o “jeitinho brasileiro” e a malandragem, a ideia do que é a sexualidade humana a partir da publicidade de medicamentos para tratamento de impotência, a finitude humana como problema e os consensos e conflitos das representações sociais.
Além disso, “Reflexões sobre a liberdade, a morte e o poder”, texto que fazia parte de uma obra antiga do autor, foi republicada devido à solicitação de muitos dos seus alunos com o intuito de trazer uma contribuição renovada para o entendimento das relações entre as três ideias principais do título do ensaio.
No primeiro ensaio, “‘Eu aqui só cumpro ordens’: regras e cultura no Brasil”, meu objetivo foi retornar ao tema já clássico nos estudos de cultura brasileira concernente a uma alegada defasagem no nosso país entre as normas fixadas em textos legais e a efetiva implementação ou observância das mesmas. Em torno deste problema central, algumas outras noções e/ou instituições orbitam: corrupção, favor, malandragem, jeitinho brasileiro etc. Apesar de muita tinta já ter sido derramada sobre o assunto, ele está longe de esgotado. Por isso o retomei.
O segundo trabalho, “Disfunção erétil: comunicação e significação”, resultou de um projeto de pesquisa maior denominado “Representações do corpo e da morte na cultura midiática”, que desenvolvo no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Os medicamentos para tratamento de impotência, que chamamos no trabalho em referência de “modernos”, comportam interessantes ideias sobre o que seja a sexualidade humana.
“O lance do Rolex”, terceiro trabalho desta coletânea, pretende analisar as manifestações ocorridas na internet na sequência do assalto de que foi vítima o apresentador de televisão Luciano Huck, na cidade de São Paulo, em outubro de 2007. Naquela ocasião, o apresentador teve roubado o seu valioso relógio de grife Rolex. Um incidente localizado, ocorrido em um sinal de trânsito de uma cidade determinada, expandiu-se dramaticamente na mídia, especialmente nas redes sociais, como acontecimento de importância nacional.