A Relevância Da Pragmática Na Pragmática Da Relevância

A lingüística do século XX atravessou importantes momentos de convulsões metodológicas. Após duas grandes revoluções em que o Estruturalismo de Saussure e Bloomfield e o Gerativismo de Chomsky produziram, como teorias científicas, expressivas contribuições nos níveis morfológicos, fonológicos e sintáticos, a pesquisa lingüística continuou enfrentando sérias dificuldades diante dos problemas altamente complexos que envolvem o fenômeno da significação em linguagem natural.
A partir do intenso debate envolvendo os textos clássicos de Frege (1892), Russell (1905), Strawson (1950), Wittgenstein (1953), Grice (1957-1967), Austin (1962) e Searle (1969), entre outros, as teorias do significado se desenvolveram excepcionalmente. Conseqüência disso, nos últimos quarenta anos, as subteorias lingüísticas, Semântica e Pragmática, constituem-se no palco de uma expressiva batalha metateórica, especialmente ao nível da interface, em que se busca uma abordagem sistemática de problemas relativos ao significado em linguagem natural, abundantemente introduzidos pelos filósofos recém mencionados. Nas comunidades mais tipicamente lingüísticas, a investigação sobre o significado também se tornou um centro de conflitos, como o famoso debate provocado pelas problemáticas relações entre o componente sintático e o semântico, dentro do chamado ‘Modelo Padrão’ de Chomsky (1965). As críticas a tal modelo propostas pela tendência reconhecida como Semântica Gerativa passaram à história como um dos momentos de maior disputa teórica na segunda metade do século passado, inaugurando uma agenda intensa de compromissos metodológicos no tratamento da significação. Dentro desse quadro de origens modernas da abordagem do significado, o que os anos recentes têm presenciado é uma proliferação de tendências teóricas sustentadas por diferentes concepções e fundamentos. Assim, podem-se identificar, ao nível da Semântica, direções mais formalistas, naturalistas, ou ainda sociais, para citar apenas as mais típicas. Em decorrência disso, também se pode supor uma teoria pragmática, cuja natureza seja a de complementar ou, até, de fundamentar a Semântica, dada a existência de fenômenos significativos heteromórficos que justifiquem a necessidade de duas diferentes disciplinas. Historicamente, é o que se pode evidenciar na relação entre uma Semântica de base lógica frege-russelliana e uma Pragmática modelo Grice.

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A lingüística do século XX atravessou importantes momentos de convulsões metodológicas. Após duas grandes revoluções em que o Estruturalismo de Saussure e Bloomfield e o Gerativismo de Chomsky produziram, como teorias científicas, expressivas contribuições nos níveis morfológicos, fonológicos e sintáticos, a pesquisa lingüística continuou enfrentando sérias dificuldades diante dos problemas altamente complexos que envolvem o fenômeno da significação em linguagem natural.
A partir do intenso debate envolvendo os textos clássicos de Frege (1892), Russell (1905), Strawson (1950), Wittgenstein (1953), Grice (1957-1967), Austin (1962) e Searle (1969), entre outros, as teorias do significado se desenvolveram excepcionalmente. Conseqüência disso, nos últimos quarenta anos, as subteorias lingüísticas, Semântica e Pragmática, constituem-se no palco de uma expressiva batalha metateórica, especialmente ao nível da interface, em que se busca uma abordagem sistemática de problemas relativos ao significado em linguagem natural, abundantemente introduzidos pelos filósofos recém mencionados. Nas comunidades mais tipicamente lingüísticas, a investigação sobre o significado também se tornou um centro de conflitos, como o famoso debate provocado pelas problemáticas relações entre o componente sintático e o semântico, dentro do chamado ‘Modelo Padrão’ de Chomsky (1965). As críticas a tal modelo propostas pela tendência reconhecida como Semântica Gerativa passaram à história como um dos momentos de maior disputa teórica na segunda metade do século passado, inaugurando uma agenda intensa de compromissos metodológicos no tratamento da significação. Dentro desse quadro de origens modernas da abordagem do significado, o que os anos recentes têm presenciado é uma proliferação de tendências teóricas sustentadas por diferentes concepções e fundamentos. Assim, podem-se identificar, ao nível da Semântica, direções mais formalistas, naturalistas, ou ainda sociais, para citar apenas as mais típicas. Em decorrência disso, também se pode supor uma teoria pragmática, cuja natureza seja a de complementar ou, até, de fundamentar a Semântica, dada a existência de fenômenos significativos heteromórficos que justifiquem a necessidade de duas diferentes disciplinas. Historicamente, é o que se pode evidenciar na relação entre uma Semântica de base lógica frege-russelliana e uma Pragmática modelo Grice.

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