Ninguém sabe exatamente como nem onde começou. Uma pandemia global de combustão espontânea está se espalhando como rastilho de pólvora, e nenhuma pessoa está a salvo. Todos os infectados apresentam marcas pretas e douradas na pele e a qualquer momento podem irromper em chamas.
Nos Estados Unidos, uma cidade após outra cai em desgraça. O país está praticamente em ruínas, as autoridades parecem tão atônitas e confusas quanto a população e nada é capaz de controlar o surto.
O caos leva ao surgimento dos impiedosos esquadrões de cremação, patrulhas autodesignadas que saem às ruas e florestas para exterminar qualquer um que acreditem ser portador do vírus.
Em meio a esse filme de terror, a enfermeira Harper Grayson é abandonada pelo marido quando começa a apresentar os sintomas da doença e precisa fazer de tudo para proteger a si mesma e ao filho que espera.
Agora, a única pessoa que poderá salvá-la é o Bombeiro – um misterioso estranho capaz de controlar as chamas e que caminha pelas ruas de New Hampshire como um anjo da vingança.
Harper Grayson já tinha visto muita gente pegar fogo na TV, todo mundo tinha, mas a primeira pessoa que viu pegar fogo de verdade foi no parquinho atrás da escola.
Em Boston e alguns outros lugares de Massachusetts, as escolas estavam fechadas, mas ali em New Hampshire continuavam abertas. Houvera casos em New Hampshire, mas só uns poucos. Harper ouvira dizer que meia dúzia de pacientes estavam sendo mantidos numa ala de segurança máxima do Hospital de Concord, monitorados por uma equipe médica vestida com roupas de proteção de corpo inteiro, todos os enfermeiros e enfermeiras armados com extintores de incêndio.
Ela estava segurando uma compressa de água fria na bochecha de um aluno do primeiro ano do fundamental chamado Raymond Bly, que levara uma raquetada na cara durante uma partida de badminton. Toda vez que o treinador Keillor distribuía as raquetes na primavera havia um ou dois casos assim.