
Atualmente, os sistemas de vigilância constituem a forma mais eficiente de combater-se um grande número de doenças que acometem as populações animais, fornecendo informações de alta qualidade para embasar a tomada de decisões dos gestores.
Para se elaborar bons sistemas de vigilância são necessários o pleno domínio dos métodos epidemiológicos e um sólido conhecimento, tanto da história natural da doença alvo, quanto da população alvo e região onde se encontra.
Para se implementar e operar sistemas de vigilância, embora o protagonismo seja dos Serviços Veterinários Oficiais, é necessária uma equipe multidisciplinar composta não só por veterinários, mas também por especialistas em métodos quantitativos, em comunicação e tecnologia da informação, economistas, entre outros.
Para serem exitosos, os sistemas de vigilância têm que nascer de forma pactuada entre todos os segmentos e atores da sociedade envolvidos no processo e, para tanto, é central a importância de Comitês Gestores representativos dessas forças.
Sendo estruturas complexas, os sistemas de vigilância devem ser continuamente avaliados para que possam evoluir de maneira racional e sustentada.
Quando do planejamento inicial, os sistemas de vigilância devem ser tão simples quanto possível, incorporando complexidades na medida em que amadurecem na esteira de avaliações, permitindo ganhos de eficiência sem desperdício.
João Luis Revolta Callefe é Médico Veterinário pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus Botucatu, mestre em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses. Atualmente é Analista de Farmacovigilância da Biovet Vaxxinova.
José Soares Ferreira Neto é Médico Veterinário pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, mestre em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses e doutor em Patologia Experimental e Comparada. Fez pós-doutorado na Europa em Programas Sanitários. Atualmente, é Professor Titular e Diretor da FMVZ USP, consultor científico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e coordenador do Centro Colaborador em Saúde de Animais Terrestres e Aquáticos. É pesquisador nível 1A do CNPq e consultor ad hoc de várias instituições de fomento e também de inúmeras revistas científicas. Trabalha com Epidemiologia Veterinária e Programas Sanitários.
