O Alufá Rufino

João José Reis & Outros - O Alufá Rufino

Este livro, escrito a seis mãos por especialistas na história da escravidão no Brasil, reconstitui a movimentada biografia de Rufino José Maria e faz uma abrangente análise do contexto histórico do Brasil e da África no século XIX.


Nascido no antigo reino africano de Oyó, escravizado na adolescência por um grupo étnico rival, adquirido por traficantes brasileiros e levado para Salvador da Bahia, o protagonista destas fascinantes páginas da história do Brasil teve sua biografia dividida pelo oceano.

A vida de Rufino foi plena de aventuras e desventuras. Após conseguir sua alforria, tornou-se cozinheiro assalariado de navios negreiros e, na maturidade, no Recife, alcançou o posto de alufá, guia espiritual da comunidade de negros muçulmanos.

A história dos africanos no Brasil do tempo da escravidão, em grande parte, é escrita a partir de documentos policiais. Nosso personagem central não escapa à regra. No dia 3 de setembro de 1853, Rufino José Maria foi preso em sua residência, na rua da Senzala Velha, 78, freguesia de São Frei Pedro Gonçalves do Recife, em Pernambuco.

Ele era liberto de nação nagô, como se costumava no Brasil identificar os africanos de origem iorubá que hoje habitam o sudoeste da Nigéria e parte do leste da vizinha República do Benim. Os nagôs ficaram conhecidos em todo o Brasil por uma série de revoltas que empreenderam na Bahia durante a primeira metade do século XIX.

Em Salvador, os muçulmanos nagôs, conhecidos como malês, estiveram à frente da famosa rebelião escrava de 1835, e possivelmente outras anteriores. Rufino também era muçulmano, e como tal tinha o nome de Abuncare — talvez Abdul Karim —, que trouxe de sua terra.

A prisão de Rufino aconteceu sob um clima tenso de rumores, denúncias e repressão relacionado a uma conspiração escrava que envolveria vários engenhos nas redondezas do Recife. Foram feitas revistas em casas de africanos e também, em duas ocasiões, nas ruas e tabernas do centro da cidade.

A polícia, entretanto, só encontrou alguma coisa suspeita na casa de Rufino, onde foram confiscados numerosos manuscritos em árabe, o mesmo tipo de material apreendido de rebeldes africanos na Bahia quase vinte anos antes.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-magica-eu-passarinho-preta/

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Este livro, escrito a seis mãos por especialistas na história da escravidão no Brasil, reconstitui a movimentada biografia de Rufino José Maria e faz uma abrangente análise do contexto histórico do Brasil e da África no século XIX.
Nascido no antigo reino africano de Oyó, escravizado na adolescência por um grupo étnico rival, adquirido por traficantes brasileiros e levado para Salvador da Bahia, o protagonista destas fascinantes páginas da história do Brasil teve sua biografia dividida pelo oceano.

A vida de Rufino foi plena de aventuras e desventuras. Após conseguir sua alforria, tornou-se cozinheiro assalariado de navios negreiros e, na maturidade, no Recife, alcançou o posto de alufá, guia espiritual da comunidade de negros muçulmanos.

A história dos africanos no Brasil do tempo da escravidão, em grande parte, é escrita a partir de documentos policiais. Nosso personagem central não escapa à regra. No dia 3 de setembro de 1853, Rufino José Maria foi preso em sua residência, na rua da Senzala Velha, 78, freguesia de São Frei Pedro Gonçalves do Recife, em Pernambuco.

Ele era liberto de nação nagô, como se costumava no Brasil identificar os africanos de origem iorubá que hoje habitam o sudoeste da Nigéria e parte do leste da vizinha República do Benim. Os nagôs ficaram conhecidos em todo o Brasil por uma série de revoltas que empreenderam na Bahia durante a primeira metade do século XIX.

Em Salvador, os muçulmanos nagôs, conhecidos como malês, estiveram à frente da famosa rebelião escrava de 1835, e possivelmente outras anteriores. Rufino também era muçulmano, e como tal tinha o nome de Abuncare — talvez Abdul Karim —, que trouxe de sua terra.

A prisão de Rufino aconteceu sob um clima tenso de rumores, denúncias e repressão relacionado a uma conspiração escrava que envolveria vários engenhos nas redondezas do Recife. Foram feitas revistas em casas de africanos e também, em duas ocasiões, nas ruas e tabernas do centro da cidade.

A polícia, entretanto, só encontrou alguma coisa suspeita na casa de Rufino, onde foram confiscados numerosos manuscritos em árabe, o mesmo tipo de material apreendido de rebeldes africanos na Bahia quase vinte anos antes.

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