Máquinas Fantasmas Na Escritura

Livro que oferece uma oportunidade de leitura e de apreensão de sentidos modernos que se encontram na obra esparsa de um autor – Pedro Kilkerry.

Livro que oferece uma oportunidade de leitura e de apreensão de sentidos modernos que se encontram na obra esparsa de um autor – Pedro Kilkerry.

Um convite a refletir sobre a relação da literatura com os sistemas de poder, com os ardis sociais, mesmo naqueles casos em que tal efervescência modernizante, a priori, tenderia a não se realizar.

Em KilKerry, como em todos os grandes escritores modernos, a literatura oscila entre a recusa e a aceitação do Novo Tempo, numa abertura, sempre paradoxal, à experiência moderna.

Pedro Kilkerry não é um escritor fácil: seus poemas, singulares, pedem um leitor forte, curioso, refinado, feito um Augusto de Campos, referência incontornável quando se pensa na obra do poeta simbolista.

E seus poemas encontraram em Jiego Ribeiro esse outro leitor ousado, vertical, teórico sensível às construções de tal harpa esquisita.

Jiego, para investigar as maneiras como a escritura poética se entrelaça à máquina social, vai buscar em ideias e conceitos de Adorno, Habermas,
Costa Lima, Hegel, Freud, Arendt, Jakobson aquela interlocução que todo exercício crítico exige.

E, nessa investigação, o ensaísta discute questões complexas (como a obra de Kilkerry): a modernidade, o Novo, a dissonância, a autonomia da arte, a mímesis da produção, a mímesis da representação, aspectos da lírica, relações entre arte e vida.

O texto ganha ainda maior densidade quando se lança em análises pontuais – micrológicas, reveladoras, fascinantes – de muitos poemas: “Horas ígneas”, “Da Idade Média”, “Cetáceo” etc. Quanto a este último, por exemplo, o intérprete afirma: “Não apenas o balanço da jangada é suficiente, mas também o do próprio leitor; ele deve embriagar-se com os baloiços da lírica moderna”.

Este estalo de Jiego pode ser pensado de maneira semelhante para o leitor do livro em pauta, que deve se deixar embriagar, sem perder a razão, não só com a lírica de Kilkerry, mas também com a escrita de Jiego.

Nesse movimento, de lúcida embriaguez, poderemos entender que a arte de Kilkerry é lida a partir de “camadas internas de sentidos da linguagem estética” – camadas internas que se conectam (e assim se multiplicam) a outras, perfazendo um circuito que amalgama forma e história.

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Em KilKerry, como em todos os grandes escritores modernos, a literatura oscila entre a recusa e a aceitação do Novo Tempo, numa abertura, sempre paradoxal, à experiência moderna.

Pedro Kilkerry não é um escritor fácil: seus poemas, singulares, pedem um leitor forte, curioso, refinado, feito um Augusto de Campos, referência incontornável quando se pensa na obra do poeta simbolista.

E seus poemas encontraram em Jiego Ribeiro esse outro leitor ousado, vertical, teórico sensível às construções de tal harpa esquisita.

Jiego, para investigar as maneiras como a escritura poética se entrelaça à máquina social, vai buscar em ideias e conceitos de Adorno, Habermas,
Costa Lima, Hegel, Freud, Arendt, Jakobson aquela interlocução que todo exercício crítico exige.

E, nessa investigação, o ensaísta discute questões complexas (como a obra de Kilkerry): a modernidade, o Novo, a dissonância, a autonomia da arte, a mímesis da produção, a mímesis da representação, aspectos da lírica, relações entre arte e vida.

O texto ganha ainda maior densidade quando se lança em análises pontuais – micrológicas, reveladoras, fascinantes – de muitos poemas: “Horas ígneas”, “Da Idade Média”, “Cetáceo” etc. Quanto a este último, por exemplo, o intérprete afirma: “Não apenas o balanço da jangada é suficiente, mas também o do próprio leitor; ele deve embriagar-se com os baloiços da lírica moderna”.

Este estalo de Jiego pode ser pensado de maneira semelhante para o leitor do livro em pauta, que deve se deixar embriagar, sem perder a razão, não só com a lírica de Kilkerry, mas também com a escrita de Jiego.

Nesse movimento, de lúcida embriaguez, poderemos entender que a arte de Kilkerry é lida a partir de “camadas internas de sentidos da linguagem estética” – camadas internas que se conectam (e assim se multiplicam) a outras, perfazendo um circuito que amalgama forma e história.

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