Sexual: A Sexualidade Ampliada No Sentido Freudiano 2000-2006

Este volume contém a maior parte dos meus escritos do período entre 2000 e 2006. Assim como nos volumes anteriores, La révolution copernicienne inachevée e Entre séduction et inspiration: l’homme, os artigos não estão divididos por temas.


Alguns textos têm um propósito inovador em termos de teoria (metapsicologia), como “Três acepções do inconsciente” e “O gênero, o sexo e o Sexual”. Esta última palavra me leva a justificar o título da obra: chamo de “Sexual” (em contraste com sexual) tudo o que é do domínio da teoria freudiana da sexualidade ampliada e, em primeiro plano, da sexualidade infantil “perverso-polimorfa”.
Uma vez compreendida a ampliação trazida por Freud a essa noção, em relação à simples união dos dois sexos (de tal maneira que o Sexual pode frequentemente ser autoerótico), divertimo-nos diante da alegação geral de uma “liberdade sexual” moderna enfim conquistada, possivelmente graças a Freud.
Por outro lado, ficamos perplexos com a conduta de Foucault que, tendo relegado a sexualidade freudiana ao campo da união genital heterossexual, vangloria-se da descoberta de prazeres “não sexuais”, até mesmo antissexuais, já, entretanto, amplamente descritos por Freud em 1905 (Três ensaios: leiam!) sob a égide da sexualidade infantil e/ou perversa.
Logo, Sexual não é, de maneira nenhuma, o que acreditamos que seja. Ele é bem mais complexo, mais recalcado também, escondido, às vezes, em fantasias apenas formuladas.
Ainda que nem todos os textos do volume tratem desse tema, eu quis, com esse termo um pouco singular, mas extraído de Freud, afirmar a predominância, na psicanálise, de uma “variedade” de sexualidade única, específica, que está no cerne das noções de pulsão, de inconsciente e, até mesmo, de “pulsão de morte”: essa sexualidade que — ao menos na infância — pode transformar qualquer região ou função do corpo, talvez até mesmo qualquer atividade em geral, em “zona erógena”.
No entanto, seria muito parcial reduzir a sexualidade ampliada ao Sexual perverso-polimorfo da primeira infância.
Essa sexualidade anárquica, cujo destino está, às vezes, próximo da “pulsão sexual de morte”, tem outro destino, mais estabilizador, e ao qual Freud atribuiu o nome de “renúncia pulsional”. A via da renúncia não é totalmente negativa. Ela é a via da ligação na genitalidade e, de maneira mais geral, a da sublimação, o que Freud chama de “Eros do divino Platão” e que não é de maneira nenhuma erótico. Falamos um pouco sobre isso num volume anterior: “sedução e/ou inspiração”. Era preciso lembrar esse destino, que está longe de ser sempre conformista.

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Alguns textos têm um propósito inovador em termos de teoria (metapsicologia), como “Três acepções do inconsciente” e “O gênero, o sexo e o Sexual”. Esta última palavra me leva a justificar o título da obra: chamo de “Sexual” (em contraste com sexual) tudo o que é do domínio da teoria freudiana da sexualidade ampliada e, em primeiro plano, da sexualidade infantil “perverso-polimorfa”.
Uma vez compreendida a ampliação trazida por Freud a essa noção, em relação à simples união dos dois sexos (de tal maneira que o Sexual pode frequentemente ser autoerótico), divertimo-nos diante da alegação geral de uma “liberdade sexual” moderna enfim conquistada, possivelmente graças a Freud.
Por outro lado, ficamos perplexos com a conduta de Foucault que, tendo relegado a sexualidade freudiana ao campo da união genital heterossexual, vangloria-se da descoberta de prazeres “não sexuais”, até mesmo antissexuais, já, entretanto, amplamente descritos por Freud em 1905 (Três ensaios: leiam!) sob a égide da sexualidade infantil e/ou perversa.
Logo, Sexual não é, de maneira nenhuma, o que acreditamos que seja. Ele é bem mais complexo, mais recalcado também, escondido, às vezes, em fantasias apenas formuladas.
Ainda que nem todos os textos do volume tratem desse tema, eu quis, com esse termo um pouco singular, mas extraído de Freud, afirmar a predominância, na psicanálise, de uma “variedade” de sexualidade única, específica, que está no cerne das noções de pulsão, de inconsciente e, até mesmo, de “pulsão de morte”: essa sexualidade que — ao menos na infância — pode transformar qualquer região ou função do corpo, talvez até mesmo qualquer atividade em geral, em “zona erógena”.
No entanto, seria muito parcial reduzir a sexualidade ampliada ao Sexual perverso-polimorfo da primeira infância.
Essa sexualidade anárquica, cujo destino está, às vezes, próximo da “pulsão sexual de morte”, tem outro destino, mais estabilizador, e ao qual Freud atribuiu o nome de “renúncia pulsional”. A via da renúncia não é totalmente negativa. Ela é a via da ligação na genitalidade e, de maneira mais geral, a da sublimação, o que Freud chama de “Eros do divino Platão” e que não é de maneira nenhuma erótico. Falamos um pouco sobre isso num volume anterior: “sedução e/ou inspiração”. Era preciso lembrar esse destino, que está longe de ser sempre conformista.

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