
O livro Sob A Luz De Lampião: Maria Bonita E O Movimento Da Subjetividade De Mulheres Sertanejas da professora Jailma Moreira trata-se de uma investigação crítica sobre a subjetividade da mulher sertaneja, tomando como ponto de partida a peça Lampião, 1953, da escritora nordestina Rachel de Queiroz.
Encarando a crítica cultural, também como uma teatralização do valor historiográfico, político e estético, procuramos ver as imbricações entre a persona(gem) Maria Bonita na peça, na historiografia do cangaço bem como relacionando esses lugares, de representação, com o modo de vida de mulheres sertanejas da região do sisal, nordeste da Bahia.
O principal resultado foi a identificação de forças extremamente reativas do ideário patriarcal que não cessam de subjugar a mulher de um modo geral, como também de forças extremamente ativas e criadoras por parte também daquelas mulheres sertanejas que julgamos estarem quase banidas da história ou de uma possível dignidade social.
Sendo assim, só podemos concluir que há, sim, um movimento criador, e não naturalizado, atravessando a vida e a subjetividade daquela mulher, entretanto, não basta a força crítica desta constatação, mais do que isto é preciso apelar para um compromisso da teoria e para uma outra responsabilidade social das instituições acadêmicas quanto ao papel tradutório dessas forças naturalizadas que envolvem essas personagens reais e fictícias, de modo que o movimento liberado e afirmativo de sua subjetividade se encontre também com uma conquista no plano social.
A configuração desse perfil minoritário depende quase que exclusivamente dessa intervenção científica e política que envolve a todos nós.
Em Sob A Luz De Lampião procuramos pôr em movimento um olhar genealógico que busca investigar as forças que fazem repetir um olhar patriarcal, falocêntrico, que instituiu uma subjetividade para as sertanejas, bem como tornar visível o movimento destas, o qual aponta para um modo de resistência, um outro modo de luta, uma força ativa maria bonita que abre trilhas para a contra-narrativa suplementar das mulheres.











