
Esta obra faz parte da Coleção Memória da Educação na Bahia que reúne os trabalhos dos membros do Grupo Memória e outros colegas em torno do Programa de Qualificação Institucional – PQI CAPES, que foi desenvolvido conjuntamente com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade de São Paulo entre 2003 e 2008.
A relevância desta obra se confirma pela contextualização da produção de conhecimentos com foco na pesquisa, tão demandada na Era da Economia do Conhecimento.
Apresenta diferentes textos em diferentes espaços de um grupo de pesquisa que agrega produções de outros grupos com conteúdos disciplinares, multidisciplinares e transdisciplinares.
O leitor terá a oportunidade de ter acesso a conteúdos provenientes de pesquisa em diferentes ambientes, que tocam aspectos da vida cotidiana imbricando sensibilidade, criatividade, ludicidade, aprendizado do corpo humano, relações ambientais, relações de poder e sindicalismo no contexto escolar, história, misturas raciais, origens da população brasileira, em específico a baiana e a diversidade de estratégias de pesquisa.
Os estudos enfatizando a demanda e as concepções sobre a educação escolar na Bahia com destaque para o educador Anísio Teixeira vão materializar-se nos textos sobre as lutas pela ampliação e transformação do ensino médio na Bahia dos anos 1950, dos professores José Roberto Rodrigues, em Juazeiro e Gildenor Carneiro, em Serrinha; ou ainda antes, sobre a Casa Pia dos Órfãos de São Joaquim localizada em Salvador, instituição de 1789 e que se mantém até os nossos dias e que acolhe desvalidos, órfãos e depois ingênuos, dando início à preparação de trabalhadores livres.
Numa sociedade escravocrata, em que o trabalho manual era destinado aos desvalidos e, em especial, aos negros, o que é associado ao trabalho que faz uma abordagem sobre educação e a ascensão da burguesia na Bahia no texto desenvolvido pelo professor Alfredo Matta.
De personagens vindos de outros momentos históricos, que influenciou as medidas legais encetadas pelo Marquês de Pombal que trata no texto do professor José Carlos de Araujo Silva, sobre as cartas de Antonio Nunes Ribeiro Sanches, um dos “estrangeirados”, que viveu nos meados dos setecentos em Portugal.
A preocupação com as contribuições de personagens históricos está fortemente explícita nas análises de trajetórias de personagens da História da Educação, como Celestin Freinet, francês, um dos libertários dos primórdios da Escola Nova, estudado por Elizabete Conceição Santana; e nos dias atuais, o texto de Zoraya Marques sobre o Ensino na Educação Superior, tomando como aspecto central as proposições superadoras para as suas deficiências a reflexão sobre as aprendizagens vividas.
