
Olá! Se está querendo ler este livro, provavelmente você gosta de pular corda, elástico, amarelinha, jogar bola de meia, subir na casa da árvore… Este livro é sobre o brincar livre. Mas, não é um brincar livre qualquer, é o brincar livre em uma instituição total. Instituições totais são dispositivos normativos, produzidos para eliminar diferenças, subjetividades, padronizar formas de ser e de viver e transformar a vida da gente em vazios de memórias e afetos.
Este livro é sobre o brincar livre em um hospital geral. Os hospitais gerais, comumente, não permitem o brincar. Ou mesmo a entrada de crianças, salvo aquelas que irão ali nascer ou serem hospitalizadas. Dizem por ai que hospital é lugar prá gente grande.
Mesmo fora dos hospitais,ouvimos a todo momento um monte de ditos populares em que o brincar é retirado de cena, eliminado ou controlado. Quem nunca ouviu um adulto dizer: “brincadeira tem hora” ou “não brinque em serviço” ou “quem brinca com fogo acaba queimado” (ou mesmo a versão infantil: “faz pipi na cama”). Enfim, crescemos escutando que o brincar era perda de tempo, coisa de quem não tem o que fazer, sempre em oposição ao trabalhar.
Esse livro nos apresenta um universo bastante diferente deste que nos é passado na relação entre o brincar e o trabalho. Apresenta o trabalho do “Programa de Extensão Território Encantado da Criança e do/a Adolescente: tecnologias leves e cuidado multiprofissional em saúde numa brinquedoteca hospitalar” (T.E.C.A.) da Pediatria do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA). Aqui, a gente aprende que “brincar é coisa séria”.











