A Violência Oculta Do Trabalho: As Lesões Por Esforços Repetitivos

Miséria, doenças e mortes prematuras não eram desconhecidas antes de Cristo, nem nos 17 séculos seguintes que precederam a Revolução Industrial.

As guerras e as epidemias, sobretudo a peste, a varíola e cólera, costumavam deixar atrás de si um rastro largo e profundo de covas e vítimas em todas as classes e camadas sociais.
Não eram, também, incomuns os acidentes de trabalho nas escavações de minas,canais e túneis, na construção de pontes e monumentos e na navegação.
O que o modo de produção capitalista industrial trouxe de novo foi, ao mesmo tempo, a banalização e seletividade social maior das enfermidades e mortes prema­turas por acidentes e doenças do trabalho, muitas então pouco ou nada conhecidas.
São inúmeras e  pormenorizadas as descrições sobre as condições de vida da população que migrava em busca de trabalho, trabalhava nas fábricas, morava aos montes em  subnutridos e raquíticos, nas infectas cidades industriais no fim do século XVIII e por quase todo o século XIX , ciclo de acumulação primitiva do capital industrial. Nesses aspectos a similaridade da situação e a coincidência de época são tão grandes entre a Grã-Bretanha, França, a então Prússia e os Estados Unidos da América que é impossível negar a paternidade e contemporaneidade de suas determinações.
Essas e outras descrições coincidem, ainda, no registro sobre a presença maciça de mulheres e crianças nas fábricas, sobretudo as têxteis, também não incomum nas minas de carvão. Com a industrialização, milhões de mulheres e crianças, ao lado de homens adultos, passaram a estar sujeitos a acidentes e a inalar gases, vapores e poeiras orgânicas e minerais em jornadas de trabalho exaustivas e extensas, elevando extraordinariamente o número de acidentes e, especialmente, de doenças consumptíveis e respiratórias.
A silicose e as várias pneumoconioses tornaram-se extraordinariamente fre­qüentes nas indústrias carboníferas, de mineração de ferro e de outros metais, ao mesmo  tempo em que se fizeram corriqueiras a bissinose e a asma provocadas pela inalação de poeiras orgânicas nas indústrias de algodão, linho e cânhamo.

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Miséria, doenças e mortes prematuras não eram desconhecidas antes de Cristo, nem nos 17 séculos seguintes que precederam a Revolução Industrial. As guerras e as epidemias, sobretudo a peste, a varíola e cólera, costumavam deixar atrás de si um rastro largo e profundo de covas e vítimas em todas as classes e camadas sociais.
Não eram, também, incomuns os acidentes de trabalho nas escavações de minas,canais e túneis, na construção de pontes e monumentos e na navegação.
O que o modo de produção capitalista industrial trouxe de novo foi, ao mesmo tempo, a banalização e seletividade social maior das enfermidades e mortes prema­turas por acidentes e doenças do trabalho, muitas então pouco ou nada conhecidas.
São inúmeras e  pormenorizadas as descrições sobre as condições de vida da população que migrava em busca de trabalho, trabalhava nas fábricas, morava aos montes em  subnutridos e raquíticos, nas infectas cidades industriais no fim do século XVIII e por quase todo o século XIX , ciclo de acumulação primitiva do capital industrial. Nesses aspectos a similaridade da situação e a coincidência de época são tão grandes entre a Grã-Bretanha, França, a então Prússia e os Estados Unidos da América que é impossível negar a paternidade e contemporaneidade de suas determinações.
Essas e outras descrições coincidem, ainda, no registro sobre a presença maciça de mulheres e crianças nas fábricas, sobretudo as têxteis, também não incomum nas minas de carvão. Com a industrialização, milhões de mulheres e crianças, ao lado de homens adultos, passaram a estar sujeitos a acidentes e a inalar gases, vapores e poeiras orgânicas e minerais em jornadas de trabalho exaustivas e extensas, elevando extraordinariamente o número de acidentes e, especialmente, de doenças consumptíveis e respiratórias.
A silicose e as várias pneumoconioses tornaram-se extraordinariamente fre­qüentes nas indústrias carboníferas, de mineração de ferro e de outros metais, ao mesmo  tempo em que se fizeram corriqueiras a bissinose e a asma provocadas pela inalação de poeiras orgânicas nas indústrias de algodão, linho e cânhamo.

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