A eterna luta da humanidade contra a insensatez, a visão cada vez mais próxima da beira do precipício, a marcha rumo à autodestruição, a morte do sujeito, a morte do artista, o aquecimento global; cada vez mais, a necessidade de reflexão sobre a dinâmica de desenvolvimento do sistema capitalista torna-se premente.
A inquietação que provocou o desdobramento teórico que aqui se encontra tinha em sua base um sentimento de frustração.
Frustração em instintivamente sentir a necessidade de disseminar sentimento de solidariedade que fosse capaz de transformar os rumos de desenvolvimento atuais.
Sabendo a teoria como um importante fator de interpretação da dinâmica do real e, ao mesmo tempo, um sintoma do espírito do tempo, pareceu que, na passagem para o século XXI, a emergência e a permanência do pós-modernismo como um importante referencial teórico para os estudos sociais tivesse bastante a dizer.
Assim, a proposta inicial desse estudo era hercúleo: contextualizar a produção pós-modernista, principalmente a circunscrita ao campo do materialismo filosófico, e analisar as consequências decorrentes dessa concepção de sociedade.
Ao dar início a esse esforço um primeiro obstáculo já fez com que o sentido do trabalho devesse ser revisitado: a sensível carência fundamentos ontológicos que capacitassem o estudo crítico daqueles autores.
Não se trata de sacramentar determinada dogmática através do repúdio acrítico de teorias que a contradigam; pelo contrário, a busca foi por categorias de pensamento que pudessem coadunar diferentes vertentes teóricas a fim de erigir um aparato conceitual mais amplo, condizente com a complexidade social contemporânea. A sensação, sentida na aproximação com referenciais ditos pós-modernos, foi a de que a fragmentação, cultuada pelo multiculturalismo, com sua relatividade de valores, interditava o diálogo, claramente imprescindível para a demarcação dos estudos sobre a sociedade.
O que o pós-modernismo parecia proporcionar, portanto, não era um instrumento cognitivo capaz de promoção de desenvolvimento social, ou uma revolução epistêmica, ou, muito menos, uma transformação espiritual. Antes, adubava as terras do conformismo, do individualismo, da confusão teórica e retardava a percepção da premência da transformação social. As coisas são do jeito que são, e pronto! Quem somos nós para dizer o certo e o errado, ou quem são eles para nos dizê-lo? No fim das contas, ninguém teria nada a dizer.
Centralidade Epistêmica Do Trabalho
- Ciências Sociais, Direito
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