A Recepção Do Darwinismo No Brasil

Nossa coleção de ensaios sobre o darwinismo no Brasil está estruturada cronologicamente entre a descoberta do mundo natural brasileiro nos anos 30 do século XIX, por Darwin, e a experiência similar de Theodosius Dhobzhansky nos anos 40 e 50 do século XX.
O que Darwin viu de imediato foi um mundo orgânico marcado por um alto índice de diversidade de espécies e de fenômenos relacionados, de intensa interdependência ecológica – mesma razão pela qual Dobzhansky se dirigiu ao país um século mais tarde.
Quando Charles Darwin chegou ao Brasil, em maio de 1832, desencadeou um duplo processo: o primeiro, com a publicação do seu diário de pesquisa, em 1839, com o qual chamou a atenção da comunidade científica mundial para a história natural brasileira; o segundo, com a definição do que viria a ser, em grande parte, o programa de pesquisa biológica, como entendido pelos brasileiros e pelos estrangeiros.
Nos relatórios de Darwin, fica evidente que ele ficou fortemente impressionado, e mesmo maravilhado, com a paisagem brasileira nos primeiros contatos. Imediatamente formou uma imagem figurativa da interdependência ecológica, que caracterizou e deu base a sua concepção do mundo orgânico, tornando-se, em A Origem das Espécies (1976), uma metáfora que se fixou indelevelmente nas mentes de seus leitores.
Essa imagem, ele deve ter registrado, mentalmente, na Bahia, sua primeira parada e, certamente, ela já havia tomado forma no começo de abril – quando já estava acomodado em um quarto, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro e realizou uma expedição ao Rio dos Macacos. Nessa ocasião, escreveu!
Pela primeira vez vi uma floresta tropical em toda sua sublime grandeza. Nada mais do que a realidade pode dar uma ideia de quão maravilhosa, quão magnífica, é essa cena. Se eu tivesse que especificar uma coisa qualquer, teria dado a preferência para os hospedeiros das plantas parasíticas. Sua imagem é exatamente verdadeira, mais subestimada do que exagerada, é luxuriante. Eu nunca experimentei tal intenso prazer.
Na mesma viagem, observou: “Trepadeiras entrelaçando trepadeiras – trançadas como cabelo – bela lepidoptera – silêncio – hosana”.

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O que Darwin viu de imediato foi um mundo orgânico marcado por um alto índice de diversidade de espécies e de fenômenos relacionados, de intensa interdependência ecológica – mesma razão pela qual Dobzhansky se dirigiu ao país um século mais tarde.
Quando Charles Darwin chegou ao Brasil, em maio de 1832, desencadeou um duplo processo: o primeiro, com a publicação do seu diário de pesquisa, em 1839, com o qual chamou a atenção da comunidade científica mundial para a história natural brasileira; o segundo, com a definição do que viria a ser, em grande parte, o programa de pesquisa biológica, como entendido pelos brasileiros e pelos estrangeiros.
Nos relatórios de Darwin, fica evidente que ele ficou fortemente impressionado, e mesmo maravilhado, com a paisagem brasileira nos primeiros contatos. Imediatamente formou uma imagem figurativa da interdependência ecológica, que caracterizou e deu base a sua concepção do mundo orgânico, tornando-se, em A Origem das Espécies (1976), uma metáfora que se fixou indelevelmente nas mentes de seus leitores.
Essa imagem, ele deve ter registrado, mentalmente, na Bahia, sua primeira parada e, certamente, ela já havia tomado forma no começo de abril – quando já estava acomodado em um quarto, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro e realizou uma expedição ao Rio dos Macacos. Nessa ocasião, escreveu!
Pela primeira vez vi uma floresta tropical em toda sua sublime grandeza. Nada mais do que a realidade pode dar uma ideia de quão maravilhosa, quão magnífica, é essa cena. Se eu tivesse que especificar uma coisa qualquer, teria dado a preferência para os hospedeiros das plantas parasíticas. Sua imagem é exatamente verdadeira, mais subestimada do que exagerada, é luxuriante. Eu nunca experimentei tal intenso prazer.
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