A Nona Sinfonia, símbolo de liberdade e alegria, chegou ao mundo em um momento de repressão popular. As dinastias do Bourbon, dos Habsburgo e dos Romanov recorriam a todos os meios para esmagar a agitação populista que se seguiu à Revolução Francesa e às guerras napoleônicas.
O desvelar da obra de Beethoven foi em 7 de maio de 1824 e foi o evento artístico mais importante daquele ano. Em A Nona Sinfonia, o autor Harvey Sachs utiliza a obra-prima de Beethoven para falar sobre a política, a estética e o clima daquele período.
A sinfonia – que serviu e ainda serve de modelo para gerações de artistas – é brilhantemente explorada neste livro, mostrando como a Nona Sinfonia trouxe para o primeiro plano o poder do indivíduo, ao mesmo tempo que celebrava o espírito coletivo da humanidade.
A Sinfonia nº 9 em ré menor, op. 125, de Ludwig van Beethoven, é uma das composições mais inovadoras e influentes da história da música.
Seu movimento final cantado é uma declaração de fraternidade universal, o que explica que a Nona Sinfonia seja a obra mais frequentemente usada para conferir um caráter solene a ocasiões importantes — a abertura das Nações Unidas, a assinatura de um tratado de paz no fim de uma guerra, a queda do Muro de Berlim ou a consagração de uma nova sala de concerto: a A Nona Sinfonia é vista como veículo de uma mensagem que derrama uma espécie de bênção quase religiosa, mas sem ligação a qualquer denominação, a pessoas, instituições e empreendimentos “bons” e “justos” — em suma, que estão “do nosso lado”, o que quer que isto signifique.
Tem sido usada como bandeira por liberais e conservadores, democratas e autocratas, nazistas, comunistas e anarquistas. Composta na última e mais notável fase da trajetória artística de Beethoven, a Nona Sinfonia consolidou e desenvolveu elementos de suas criações anteriores, transcendendo-os. Ela também se tornou referência e estímulo para gerações de artistas de toda a Europa e além, e ainda hoje ressoa nos mundos paralelos de ideias e ideais.
Carregar — ou sobrecarregar — a Nona Sinfonia com tais ideias e ideais, para não falar de significações de sentimentos bons, era e é possível apenas porque o último de seus quatro movimentos contém um texto que expressa aspirações de paz na Terra e boa vontade entre os homens.
Mas os três primeiros movimentos da obra-prima sinfônica do compositor surdo, longos e dramáticos, não são cânticos de glória à liberdade do espírito ou a uma alegria avassaladora ou a qualquer outra coisa.
A Nona Sinfonia
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