Para Uma Ontologia Do Ser Social I

György Lukács é o maior clássico do pensamento humanista do século XX. Herdeiro da rigorosa concepção de totalidade que toma de Hegel e de Marx, aceita o desafio que Engels e Lenin lançam aos marxistas e formula a mais complexa sistematização filosófica de seu tempo.

Realiza uma proeza, de fato, consagrando-se um caso muito raro na cena dominada pela epistemologia neopositivista, de onde a decadência ideológica, trágica tendência do pensamento contemporâneo que ele próprio definiu e criticou duramente, atingia tanto apologetas liberais quanto stalinistas.
Seu humanismo revolucionário não desponta, porém, nem dos fatos políticos que resultam em sua conversão para o comunismo (1917-1918) nem das reflexões filosóficas que sintetiza em História e consciência de classe (1923). Esse importante livro da obra lukacsiana influenciou e criou muitos discípulos entre marxistas do Ocidente, ainda que o idealismo lógico-ontológico de Hegel siga predominando. Não é por acaso, portanto, a mitificação que faz da consciência da classe operária, a concepção negativa do cotidiano ou ainda a definição do trabalho visto somente na forma fenomênica de mercadoria (trabalho assalariado), cuja práxis só se pode fundamentar mediante alienação e reificação.
A tomada de posição ontológica marxiana vai acontecer nos anos 1930, quando Lukács segue para Moscou. No Instituto Marx-Engels-Lenin faz um mergulho definitivo nos Manuscritos de 1844. Do jovem Marx apreende “o caráter totalizador unitário da dialética materialista” e as ricas possibilidades abertas pela definição de essência genérica do ser que não se pode restringir à forma fenomênica de classe. Essa é a essência histórica da sociabilidade burguesa, cujo trabalho alienado vai subtrair do ser justamente sua vida genérica, reduzindo-o a mero jogo de egoísmos.
Mas, se a guinada ontológica de Lukács acontece ainda na juventude, marcando os seus escritos dos quarenta anos seguintes, é na maturidade que lhe ocorre a necessidade de desenvolver uma sistematização categorial das reflexões sobre arte e literatura. Nos anos de 1950 ele encontra a oportunidade de realizá-la. Retira-se da vida política para dedicar-se à elaboração dos volumes que compõem a Estética.

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