Paraguai

O tema que aqui nos convoca é a participação do Paraguai no ciclo progressista latino-americano, isto é, alguma sincronia com a região.

“Uma ilha rodeada de terra”, foi com essas palavras que Augusto Roa Bastos, seu maior escritor, definiu o Paraguai. Apesar de se tratar de um país mediterrâneo, vive um relativo isolamento em relação à região e ao mundo.

Gostam os cientistas sociais paraguaios também de afirmar que ali morre a capacidade explicativa das melhores teorias conhecidas. Haveria uma excepcionalidade nacional, então. E, de fato, isso ficará evidente no que vamos relatar neste livro.

O tema que aqui nos convoca é a participação do Paraguai no ciclo progressista latino-americano, isto é, alguma sincronia com a região. Em 20 de abril de 2008, um ex- -bispo católico de tendência progressista, Fernando Lugo, apoiado em uma ampla aliança que ia de centro-direita até a esquerda, derrotou nas eleições o Partido Colorado, que governava o país desde 1947.

Essa experiência de governo com forte participação progressista foi interrompida por um golpe de Estado que utilizou a figura constitucional do “julgamento político” (a versão paraguaia do “impeachment”), possível graças a uma larga coalizão conservadora que contou com a participação ativa do vice-presidente, Federico Franco, um liberal de direita.

O Paraguai não somente tinha se sincronizado com o ascenso do ciclo progressista, mas suas forças reacionárias mostravam a seus pares regionais o caminho a seguir para tentar encerrar o ciclo.

O vice-presidente brasileiro e a grande coalizão conservadora com quem derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) apenas fizeram uma cópia dessa “via paraguaia” de golpe de Estado no século XXI. A queda de Fernando Lugo não encerrou a experiência.

Como veremos, as forças políticas de esquerda cresceram e têm hoje importante presença no panorama político paraguaio e na vida parlamentar. Inclusive nas eleições municipais de 2015, um candidato progressista, Mario Ferreiro, liderando uma nova aliança que inclui setores de centro-direita e parte da esquerda, venceu a eleição na capital, Assunção, a cidade mais populosa do país.

E Fernando Lugo, eleito senador em 2013, mantém uma destacada presença política segundo todas as pesquisas de opinião.

Para as eleições de abril de 2018, no entanto, as principais forças progressistas e de esquerda optaram por apoiar um político liberal, indicando o candidato a vice-presidente, o radialista Leo Rubin, com forte militância ambientalista.

Tentaremos uma explicação para essa opção, precedida de fracassos táticos em liderar a disputa presidencial em 2018 de cada um dos dois blocos progressistas com representação parlamentar conquistada em 2013. O resultado foi uma nova vitória do Partido Colorado, em 2018.

Qualquer tentativa de explicar o Paraguai atual tem que recuar no tempo, seja para explicar sua excepcionalidade, seja para entender seus momentos de sincronia regional.

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Gostam os cientistas sociais paraguaios também de afirmar que ali morre a capacidade explicativa das melhores teorias conhecidas. Haveria uma excepcionalidade nacional, então. E, de fato, isso ficará evidente no que vamos relatar neste livro.

O tema que aqui nos convoca é a participação do Paraguai no ciclo progressista latino-americano, isto é, alguma sincronia com a região. Em 20 de abril de 2008, um ex- -bispo católico de tendência progressista, Fernando Lugo, apoiado em uma ampla aliança que ia de centro-direita até a esquerda, derrotou nas eleições o Partido Colorado, que governava o país desde 1947.

Essa experiência de governo com forte participação progressista foi interrompida por um golpe de Estado que utilizou a figura constitucional do “julgamento político” (a versão paraguaia do “impeachment”), possível graças a uma larga coalizão conservadora que contou com a participação ativa do vice-presidente, Federico Franco, um liberal de direita.

O Paraguai não somente tinha se sincronizado com o ascenso do ciclo progressista, mas suas forças reacionárias mostravam a seus pares regionais o caminho a seguir para tentar encerrar o ciclo.

O vice-presidente brasileiro e a grande coalizão conservadora com quem derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) apenas fizeram uma cópia dessa “via paraguaia” de golpe de Estado no século XXI. A queda de Fernando Lugo não encerrou a experiência.

Como veremos, as forças políticas de esquerda cresceram e têm hoje importante presença no panorama político paraguaio e na vida parlamentar. Inclusive nas eleições municipais de 2015, um candidato progressista, Mario Ferreiro, liderando uma nova aliança que inclui setores de centro-direita e parte da esquerda, venceu a eleição na capital, Assunção, a cidade mais populosa do país.

E Fernando Lugo, eleito senador em 2013, mantém uma destacada presença política segundo todas as pesquisas de opinião.

Para as eleições de abril de 2018, no entanto, as principais forças progressistas e de esquerda optaram por apoiar um político liberal, indicando o candidato a vice-presidente, o radialista Leo Rubin, com forte militância ambientalista.

Tentaremos uma explicação para essa opção, precedida de fracassos táticos em liderar a disputa presidencial em 2018 de cada um dos dois blocos progressistas com representação parlamentar conquistada em 2013. O resultado foi uma nova vitória do Partido Colorado, em 2018.

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