
A obra que ora apresentamos é resultado da experiência em salas de aula do Curso de Bacharelado em Letras-Tradução, situado no Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução/Instituto de Letras, da Universidade de Brasília, cujo percurso acadêmico perfaz 31 anos.
Essa rica experiência na formação profissional de tradutores, em um dos cursos pioneiros do Brasil neste campo, serve-nos de referência e embasamento para as lições que aqui descrevemos.
Falamos em lições e sala de aula, palavras cujos conceitos foram amplamente estendidos graças às novas tecnologias de comunicação ligadas ao ensino, porque este se quer um manual para o aluno dos cursos de graduação que procura estratégias de abordagens de textos que o preparem para o exercício da tradução, e também pistas para a análise crítica da obra traduzida.
Contudo, não se trata apenas disso. O estudante de línguas e literaturas estrangeiras modernas, ou aluno de Letras de um modo geral, ou ainda o aprendiz ou profissional de tradução poderão aqui encontrar alguns caminhos metodológicos para acercarem-se das questões envolvendo a prática e a crítica tradutórias, nos mais diversos âmbitos.
A didática da sala de aula – e as mais variadas lições ou esboços de lições aqui encontradas – procurou dialogar com o célebre e eficaz livro Na sala de aula: caderno de análise literária, de Antonio Candido, em que o crítico literário e comparatista brasileiro lê poemas, de modo único, aliando o método crítico desenvolvido por ele ao longo da vida, em que mostra, pelo exercício da prática, como a realidade social se configura em forma literária.
Podemos nos valer aqui de seus comentários sobre o texto, como objeto de estudo, ressalvando-se que, em Candido, trata-se de poemas como objeto de análise estético-crítica e, em nosso caso, de diferentes abordagens do texto para a tradução e de diversos pontos de vista acerca do fazer tradutório e de seu ensino.
