Hermilo Borba Filho

Na obra de Hermilo Borba Filho, Geralda Medeiros Nóbrega mostra como a quebra das fronteiras culturais é uma forma de resistência.

Hermilo Borba Filho: Memória De Resistência E Resistência Da Memória merece ser saudado com muitos vivas, pois sua pertinência às relações entre literatura e interculturalidade, objeto desta Coleção, dá-se em muitas frentes.

Três grandes premissas estruturam este livro, todas pensadas numa perspectiva intercultural: 1. as culturas populares e seus produtos são modos de resistência às hegemonias culturais dos grupos dominantes; 2. a memória dos pobres e oprimidos é resistente porque é potência e produtividade, inclusive quebrando as hierarquias que tendem a privilegiar as produções culturais de elite; 3. nenhuma produção de linguagem se dá sem estabelecer constante relações de diálogo, entre sistemas, classes e grupos.

Tudo isso pensado a partir da obra de Hermilo Borba Filho, que, na estratégia de leitura de Geralda Medeiros, transforma-se numa rede com múltiplas entradas e saídas, todas partindo e chegando nas culturas populares, atravessando o erudito e o massivo.

Fredric Jameson num de seus textos mais conhecidos, O Pós-Modernismo E A Sociedade De Consumo, sugeriu que uma das características marcantes de um tempo baseado numa nova lógica do capitalismo, que chamou de “tardio”, era o esmaecimento das fronteiras que separavam o erudito do cultural e do massivo.

Jameson compreende que a quebra de fronteira entre os diversos ramos de saber e seus supostos níveis assumia-se sob a predominância do pastiche, da mímica sem crítica, da citação apolítica, sem o viés desconstrutor da paródia, o ethos dominante no período moderno.

Geralda Medeiros faz uma leitura diferente do pressuposto do esmaecimento das fronteiras a partir de Borba Filho.

Na obra de Borba Filho, ela mostra como a quebra das fronteiras culturais é uma forma de resistência, uma das palavras chave do livro, necessariamente política, logo fundamentalmente paródica e crítica longe do pressuposto pasticheiro da citação vazia que perdeu o riso demolidor.

Em Hermilo Borba Filho, a quebra das fronteiras democratiza os produtos do saber e desierarquiza os valores que tendem a julgar o texto pela sua maior ou menor filiação ao cânone artístico e a seus modos de legitimação.

O texto se transforma, então, no locus por excelência da riqueza dos menos favorecidos, menos afeitos a demarcações excessivamente rígidas e a toda vez resistente a elas.

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Na obra de Hermilo Borba Filho, Geralda Medeiros Nóbrega mostra como a quebra das fronteiras culturais é uma forma de resistência.

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Tudo isso pensado a partir da obra de Hermilo Borba Filho, que, na estratégia de leitura de Geralda Medeiros, transforma-se numa rede com múltiplas entradas e saídas, todas partindo e chegando nas culturas populares, atravessando o erudito e o massivo.

Fredric Jameson num de seus textos mais conhecidos, O Pós-Modernismo E A Sociedade De Consumo, sugeriu que uma das características marcantes de um tempo baseado numa nova lógica do capitalismo, que chamou de “tardio”, era o esmaecimento das fronteiras que separavam o erudito do cultural e do massivo.

Jameson compreende que a quebra de fronteira entre os diversos ramos de saber e seus supostos níveis assumia-se sob a predominância do pastiche, da mímica sem crítica, da citação apolítica, sem o viés desconstrutor da paródia, o ethos dominante no período moderno.

Geralda Medeiros faz uma leitura diferente do pressuposto do esmaecimento das fronteiras a partir de Borba Filho.

Na obra de Borba Filho, ela mostra como a quebra das fronteiras culturais é uma forma de resistência, uma das palavras chave do livro, necessariamente política, logo fundamentalmente paródica e crítica longe do pressuposto pasticheiro da citação vazia que perdeu o riso demolidor.

Em Hermilo Borba Filho, a quebra das fronteiras democratiza os produtos do saber e desierarquiza os valores que tendem a julgar o texto pela sua maior ou menor filiação ao cânone artístico e a seus modos de legitimação.

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