Tendo em vista esse importante papel formador que a filosofia, por sua natureza fundante, cumpre rigorosamente e segundo os mais elevados critérios de excelência no trato com o texto e a tradição filosófica, apresentamos nesta coletânea o resultado de um esforço conjunto, e uma mostra da diversidade de temas de pesquisas desenvolvidas por profissionais comprometidos com a proposta da formação docente em filosofia, no município de Amargosa, no Centro de Formação de Professores da UFRB.
A tarefa de reunir em um mesmo conjunto pensamentos tão diversos não é simples, ainda que possamos elaborar articulações as mais inesperadas no âmbito das discussões filosóficas. Coube-nos então, nesta pequena, porém significativa mostra de nossa produção interna, traçar de maneira sucinta o movimento de nosso pensamento e, com isto, apresentar à comunidade como a prática da reflexão sobre a filosofia, mas também, sobre seu ensino, tem unido este corpo de docentes pesquisadores tão diversificado. Como resultado, temos aqui uma exposição legítima da multiplicidade constitutiva dos fluxos de nosso fazer acadêmico que, embora conjunto, salutarmente não exclui a pluralidade de posicionamentos.
Aqui o leitor comum poderá encontrar fragmentos de pesquisas mais amplas, desenvolvidas ao longo desses sete anos de existência do curso de filosofia da UFRB, a partir dos distintos olhares de seus pesquisadores, mesmo quando versam sobre temáticas próximas. Já o estudante de filosofia, por sua vez, tendo aprendido logo cedo que um texto filosófico deve ser lido pacientemente, perceberá que, conforme nos ensinara a tradição, cada autor anuncia, implícita ou explicitamente, desde o início de sua argumentação como deseja ser lido, que método adota em sua abordagem, através de quais conceitos, dando as pistas adequadas para sua investigação.
A estrutura desse conjunto de textos inéditos, foi disposta segundo a ordem alfabética de seus autores, embora possa, sem prejuízos, ser lida na ordem que se pretender. Com efeito, poderíamos aqui resgatar certa cadeia de razões, para tomar de empréstimo o espírito cartesiano, a partir do qual também seria possível encontrar uma estrutura tal em que as questões antigas se articulem às atuais, afinal na filosofia tudo é atual. A fim de que não fujamos a essa regra de ouro da investigação filosófica, tracemos, por fim, alguma sugestão de orientação metodológica, muito embora a linha que costura nossa coletânea não seja necessariamente a cartesiana.