Conversas Com Elizabeth Bishop

Conversas Com Elizabeth Bishop - As entrevistas com Elizabeth Bishop, que compõem este livro, revelam-nos a pessoa especial que era ela: discreta, ciosa de suas opiniões – que exigia ver transcritas com absoluta fidelidade –, consciente, portanto, de sua responsabilidade como escritora. As opiniões que emite nessas conversas deixam evidente a integridade intelectual dessa mulher, que o acaso da vida trouxe para perto de nós, brasileiros.
Dessas conversas ressalta também que Elizabeth Bishop tinha plena compreensão da importância da poesia, consciente do fazer poético que dominava magistralmente. Não obstante – e isso nos dá a medida da poetisa que era – sabia que, na criação do poema, além da lucidez, interferem fatores incontroláveis que lhe dão a verdadeira dimensão e que se poderia chamar de espanto.


Por tudo isso, este livro será certamente um caminho para o leitor chegar à Elizabeth inspirada que encontramos em seus poemas.
Vinte e cinco anos depois da morte de Elizabeth Bishop, dois de seus segredos muito bem guardados vieram a público. O fato de sua biógrafa poder dar pistas do alcoolismo e da homossexualidade de Bishop da mesma maneira que apresenta detalhes da publicação de seus livros é um indício do que aconteceu com o público no que se refere à privacidade na nossa época.
Enquanto viva, no entanto, a poeta, de maneira resoluta e parcimoniosa, teve sucesso ao construir uma defesa contra a indesejada (e potencialmente destrutiva) exposição. A timidez natural manteve a poeta fora dos refletores e serviu também para manter a atenção do público onde deveria estar – nos poemas. Ela era absurdamente cautelosa no que se permitia falar em entrevistas.
Uma vez que relutava em conceder entrevistas, é compreensível que Elizabeth preferisse receber os entrevistadores, quando concordava em falar, em lugares que lhe fossem familiares. Esses lugares, no Brasil, eram a Fazenda Samambaia, em Petrópolis, o apartamento na praia do Leme, no Rio, ou a Casa Mariana, em Ouro Preto.
Em Boston, os entrevistadores eram convidados ao seu apartamento, um armazém renovado em Lewis Wharf. Em visitas a Nova York, ela escolhia seu clube, o Cosmopolitan. Nesses lugares, ela parecia mais tranquila que em viagens, como na Holanda para um festival de arte, em Norman, Oklahoma, para receber um prêmio, ou em Seattle, para lecionar pela primeira vez no lugar do falecido Theodore Roethke.

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– As entrevistas com Elizabeth Bishop, que compõem este livro, revelam-nos a pessoa especial que era ela: discreta, ciosa de suas opiniões – que exigia ver transcritas com absoluta fidelidade –, consciente, portanto, de sua responsabilidade como escritora. As opiniões que emite nessas conversas deixam evidente a integridade intelectual dessa mulher, que o acaso da vida trouxe para perto de nós, brasileiros.
Dessas conversas ressalta também que Elizabeth Bishop tinha plena compreensão da importância da poesia, consciente do fazer poético que dominava magistralmente. Não obstante – e isso nos dá a medida da poetisa que era – sabia que, na criação do poema, além da lucidez, interferem fatores incontroláveis que lhe dão a verdadeira dimensão e que se poderia chamar de espanto.
Por tudo isso, este livro será certamente um caminho para o leitor chegar à Elizabeth inspirada que encontramos em seus poemas.
Vinte e cinco anos depois da morte de Elizabeth Bishop, dois de seus segredos muito bem guardados vieram a público. O fato de sua biógrafa poder dar pistas do alcoolismo e da homossexualidade de Bishop da mesma maneira que apresenta detalhes da publicação de seus livros é um indício do que aconteceu com o público no que se refere à privacidade na nossa época.
Enquanto viva, no entanto, a poeta, de maneira resoluta e parcimoniosa, teve sucesso ao construir uma defesa contra a indesejada (e potencialmente destrutiva) exposição. A timidez natural manteve a poeta fora dos refletores e serviu também para manter a atenção do público onde deveria estar – nos poemas. Ela era absurdamente cautelosa no que se permitia falar em entrevistas.
Uma vez que relutava em conceder entrevistas, é compreensível que Elizabeth preferisse receber os entrevistadores, quando concordava em falar, em lugares que lhe fossem familiares. Esses lugares, no Brasil, eram a Fazenda Samambaia, em Petrópolis, o apartamento na praia do Leme, no Rio, ou a Casa Mariana, em Ouro Preto.
Em Boston, os entrevistadores eram convidados ao seu apartamento, um armazém renovado em Lewis Wharf. Em visitas a Nova York, ela escolhia seu clube, o Cosmopolitan. Nesses lugares, ela parecia mais tranquila que em viagens, como na Holanda para um festival de arte, em Norman, Oklahoma, para receber um prêmio, ou em Seattle, para lecionar pela primeira vez no lugar do falecido Theodore Roethke.

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