O objetivo desta obra é apresentar e debater, por meio de diversas perspectivas teóricas, metodológicas e empíricas, faces do trabalho na contemporaneidade, especialmente na sociedade brasileira. Trabalho é tratado aqui como processo e como categoria relacional, não se resumindo ao emprego assalariado, formal, vinculado a empresas ou desenvolvido exclusivamente em áreas urbanas. O trabalho é uma construção histórica, uma construção dos sujeitos e de suas subjetividades individuais e coletivas. Dada sua complexidade e diante das mudanças técnicas e sociais contemporâneas, compreender o trabalho é compreender também as sociedades nas quais ele se desenvolve. Castel defende que compreender as relações de trabalho para além da prática técnica é elemento fundamental para avaliar os rumos de nossas sociedades.
Ao mesmo tempo, uma visão mais complexa sobre nossas sociedades contribui para revelar um mosaico de possibilidades de compreensão dos processos de trabalho, que nem sempre são legítimos, nem sempre são lembrados, mas são parte das engrenagens que conformam essas mesmas sociedades. Isso implica, assim como defende Slater, “questionar o socialmente dado”, processo que tem implicações e reflete desafios também para o campo científico.
No campo das ciências sociais, vários autores têm criticado os rumos da produção do conhecimento, defendendo a necessidade de articular ou aproximar tal processo de fenômenos sociais contemporâneos.
Waizbort afirma que a sociologia – e poderíamos estender essa afirmação também para outras áreas científicas – precisa atualizar sempre mais sua consciência histórica, para perceber o que há nos tempos que correm que os singulariza em relação a outros tempos e em que medida.
Debate semelhante tem surgido no âmbito dos estudos organizacionais, questionando o reducionismo na análise de sistemas sociais e processos de organização; o estreitamento e formalismo das definições de organização; o isolamento que o campo impõe do objeto em relação às condições sociais que o constitui.
Ora, quantas vezes não assistimos, assim como lembra Chanlat, à ortodoxia e ao fechamento intelectual executarem sua obra de demolição ou de purificação acadêmica?
Trabalho E Trabalhadores Nas Sociedades Contemporâneas
- Ciências Sociais, Economia
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