
Educação Infantil E Atividades Sociais é uma partilha importantíssima com todos que sonham com um mundo mais justo, mais amoroso e mais digno para todos.
Ao assumir as crianças da educação infantil como seu foco de pesquisa e de vida, Fabrícia Teles não escolheu apenas um segmento no qual atuar, mas uma história a transformar. Seus estudos criam as bases para grandes transformações a partir dos pequeninos tão grandes!
Em seu doutorado, Fabrícia criou um tratado para uma proposta libertadora, em sentido Freireano. Construiu uma discussão sobre como trabalhar com crianças pequenas no espaço da educação para a constituição de mobilidade de viver.
Mobilidade é entendida, a partir de Blommaert, como a compreensão e tomada de consciência sobre determinados contextos da vida e a busca pelos recursos adequados para dela participar plenamente, construindo quem o sujeito é ou deseja ser no mundo.
Partindo de uma concepção vygotskiana, a autora nos leva a entender as interrelações entre o desenvolvimento dos sujeitos e da sociedade na história. Além disso, esclarece que é nas atividades humanas (ou sociais) que esse viver toma concretude.
Essas atividades sociais são a base do viver e poder nelas participar de forma cada vez mais plana cria dignidade para os sujeitos, os torna plenos. Além disso, oferece oportunidade de libertação quando permite que, plenos, os sujeitos possam escolher como querem participar dessas atividades.
E qual o papel da educação nisso? Oferecer a oportunidade de que os sujeitos, como aprendizes do viver, possam se apropriar dos recursos historicamente construídos como necessários para atuar na vida.
Assim, saber, sentir, pensar, agir se tornam foco do trabalho do professor com os aprendizes que se apropriam de diferentes recursos de diferentes áreas, situações, condições de viver que são trazidos para a reflexão, análise e vivência, principalmente por meio do brincar.
Organizar um currículo por meio das atividades sociais que constituem a vida humana demanda um mergulho profundo no universo da “vida que se vive”, uma emersão crítica a partir de seus significados e de suas demandas e uma construção concreta de modos de se posicionar nela.
Esse processo revela a construção do inédito viável como proposto por Freire.
