À Procura Do “Bom Viver”

Este livro é um instrumento de grande valia e significação para os que estudam ou atuam junto aos Kaiowa e outras coletividades que vivem no Brasil.

Este livro é um instrumento de grande valia e significação para os que estudam ou atuam junto aos Kaiowa e outras coletividades que vivem no Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, abrangidas pela denominação genérica de Guarani.

Com muito cuidado, Fabio Mura percorre a bibliografia histórica e etnológica pertinente, concentrando-se na discussão de categorias e conceitos ordenadores e centrais, procedendo a um balanço crítico dos estudos que precederam ou são contemporâneos à sua própria investigação.

As questões daí derivadas são aprofundadas e esclarecidas através de um trabalho de campo metódico e consistente, o que nos oferece sobre os Kaiowa uma interpretação muito rica e equilibrada, que articula história e pesquisa sincrônica, conjuga tradição e mudança, superando com grande elegância teórica e fundamentação empírica os essencialismos e as perspectivas simplificadoras e unilaterais.

Primeiro de tudo há que se observar o olhar solidamente ancorado na história com o qual Fabio Mura inicia a sua narrativa e apresenta aos leitores o objeto de seu trabalho etnográfico.

Este é um movimento crítico de ruptura com o positivismo, que lhe propicia romper com a ilusão do sincronismo e a busca por essencializações não controladas sobre o seu objeto de pesquisa.

Em segundo lugar, pelo uso que faz da antropologia e pela qualidade da etnografia, este livro merece efetivamente ser conhecido e debatido de maneira mais ampla por professores e estudantes de antropologia.

Já de algumas décadas, tenho um sonho de que os estudantes de antropologia no Brasil se formem não apenas lendo etnografias de autores estrangeiros e tratando de povos e costumes muito distantes, mas que aprendam a disciplina através da leitura de autores nacionais e reunindo informações densas e diversificadas sobre indígenas do Brasil.

Terceiro, constitui um excelente exemplo de uma nova linha de estudos em antropologia, preocupada em descolonizar temas, práticas e produtos da atividade etnográfica.

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Com muito cuidado, Fabio Mura percorre a bibliografia histórica e etnológica pertinente, concentrando-se na discussão de categorias e conceitos ordenadores e centrais, procedendo a um balanço crítico dos estudos que precederam ou são contemporâneos à sua própria investigação.

As questões daí derivadas são aprofundadas e esclarecidas através de um trabalho de campo metódico e consistente, o que nos oferece sobre os Kaiowa uma interpretação muito rica e equilibrada, que articula história e pesquisa sincrônica, conjuga tradição e mudança, superando com grande elegância teórica e fundamentação empírica os essencialismos e as perspectivas simplificadoras e unilaterais.

Primeiro de tudo há que se observar o olhar solidamente ancorado na história com o qual Fabio Mura inicia a sua narrativa e apresenta aos leitores o objeto de seu trabalho etnográfico.

Este é um movimento crítico de ruptura com o positivismo, que lhe propicia romper com a ilusão do sincronismo e a busca por essencializações não controladas sobre o seu objeto de pesquisa.

Em segundo lugar, pelo uso que faz da antropologia e pela qualidade da etnografia, este livro merece efetivamente ser conhecido e debatido de maneira mais ampla por professores e estudantes de antropologia.

Já de algumas décadas, tenho um sonho de que os estudantes de antropologia no Brasil se formem não apenas lendo etnografias de autores estrangeiros e tratando de povos e costumes muito distantes, mas que aprendam a disciplina através da leitura de autores nacionais e reunindo informações densas e diversificadas sobre indígenas do Brasil.

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