
Discursos Da Resistência: Literatura, Cultura, Política. Esse foi o tema do IV SEPLEV – Seminário de Estudos em Práticas de Linguagem e Espaço Virtual, realizado no período de 29 de outubro a 1 de novembro de 2018, no Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói.
A temática do evento não foi escolhida por acaso. Encerrada no dia anterior, a eleição de 2018 nos colocou, a todos, diante da necessidade de produzir, pensar, fazer (ser) resistência.
A eleição e seu resultado, no entanto, não estão desvinculados de outros acontecimentos da cena política brasileira mais recente, que tem sido marcada por um processo de enorme agitação social, do qual podemos destacar:
I) o golpe de 2016, com todos os seus desdobramentos;
II) as ocupações estudantis que, nesse mesmo ano, fizeram com que a sociedade olhasse novamente para a resistência que faziam, nas escolas e universidades do país, nossos estudantes;
III) o assassinato de Marielle Franco e seu motorista, ocorrido em março de 2018, entre outros eventos.
Os textos reunidos em Discursos Da Resistência, de diferentes modos, retornam à análise de materialidades discursivas diretamente ligadas a esses eventos e voltam-se à reflexão acerca dos modos de resistir que se produzem nessa relação entre literatura, cultura e política.
Diante da temática do evento, coloca-se o questionamento a respeito da resistência e de seu funcionamento em nossa conjuntura sócio-histórica.
O que é resistência? Como se caracterizam os discursos de resistência? Que marcas têm tais discursos, que legados deixam? Pode o sujeito resistir? Podemos, nós, do interior das escolas e universidades, produzindo teoria, produzir também resistência?
Questionando o efeito ideológico, Michel Pêcheux já nos advertia para a ausência de um ritual sem falhas e a necessidade de, ousando pensar, se revoltar.
